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Aceitando a morte: a importância de humanizar o fim da vida

02 de abril de 2025 (Bibliomed). Ao longo dos séculos, a morte deixou de ser um momento familiar e espiritual para se tornar um evento médico, frequentemente tratado como um problema a ser resolvido. Esse processo, conhecido como medicalização da morte, trouxe avanços na redução do sofrimento, mas também nos afastou da aceitação da morte como uma parte natural da vida.

Atualmente, muitas pessoas enfrentam tratamentos prolongados e invasivos, mesmo quando o desfecho inevitável é evidente. Nos Estados Unidos, por exemplo, um quarto dos gastos do Medicare é destinado a pacientes em seu último ano de vida, muitas vezes com tratamentos que não melhoram a qualidade de vida. A pressão cultural e as expectativas irreais em relação à medicina levam famílias a solicitar procedimentos que podem não ser do interesse do paciente.

O movimento de cuidados paliativos e casas de repouso, iniciado na década de 1970, propõe uma mudança de paradigma: ao invés de prolongar a vida a qualquer custo, busca-se aliviar o sofrimento e permitir um fim mais tranquilo e digno. No entanto, esses serviços ainda são estigmatizados e pouco integrados ao sistema de saúde.

Médicos têm um papel essencial na promoção de uma abordagem mais compassiva para o fim da vida. Ao guiar pacientes e famílias sobre seus direitos e opções, como o direito de recusar tratamentos, eles podem ajudar a transformar a maneira como encaramos a morte, incentivando despedidas mais significativas e aceitação do ciclo natural da vida.

Fonte: BMJ. DOI: 10.1136/bmj.q2703.

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