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12 de novembro de 2024 (Bibliomed). Todos já ouviram que uma taça de vinho por dia faz bem para a saúde, mas uma nova pesquisa publicada no Journal of Studies on Alcohol and Drugs revela que essa ideia pode ser baseada em pesquisas científicas falhas.
Ao longo dos anos, muitos estudos sugeriram que pessoas que bebem moderadamente vivem mais e têm menor risco de doenças cardíacas e outras enfermidades crônicas do que aqueles que se abstêm. Essa crença difundida de que o álcool, com moderação, pode ser um tônico para a saúde agora está sendo questionada.
Segundo pesquisadores do Canadian Institute for Substance Use Research da Universidade de Victoria, os estudos que ligam o consumo moderado de álcool a benefícios à saúde sofrem de falhas fundamentais em seu desenho. A principal falha é que esses estudos geralmente se concentraram em adultos mais velhos e não levaram em conta os hábitos de consumo de álcool ao longo da vida das pessoas. Assim, compararam bebedores moderados com grupos de "abstêmios" que incluíam idosos que pararam ou reduziram o consumo de álcool devido a problemas de saúde.
Uma nova análise de 107 estudos que acompanhavam pessoas ao longo do tempo observou a relação entre os hábitos de consumo de álcool e a longevidade. Inicialmente, parecia que os bebedores leves a moderados tinham um risco 14% menor de morrer durante o período de estudo em comparação com os abstêmios. No entanto, quando analisaram mais profundamente, descobriram que os estudos de "alta qualidade" não mostravam essa ligação entre o consumo moderado de álcool e uma vida mais longa.
A ideia de que o consumo moderado de álcool leva a uma vida mais longa e saudável remonta a décadas, sendo popularizada pelo "paradoxo francês" nos anos 90. No entanto, este novo levantamento enfatiza que o consumo moderado de álcool não prolonga a vida e pode, na verdade, aumentar o risco de certos tipos de câncer.
Fonte: Journal of Studies on Alcohol and Drugs. DOI: 10.15288/jsad.23-00283.
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