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09 de maio de 2024 (Bibliomed). Uma nova análise de antigos textos médicos gregos e romanos sugere que a demência era extremamente rara entre 2.000 e 2.500 anos atrás, na época de Aristóteles, Galeno e Plínio, o Velho.
Realizado na Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, o estudo analisou pesquisas modernas sobre os ameríndios Tsimane, um povo indígena da Amazônia boliviana. Os Tsimane refletem os antigos gregos e romanos, na medida em que têm um estilo de vida pré-industrial muito ativo. Eles também apresentam taxas extremamente baixas de demência – cerca de 1%, em comparação com 11% dos norte-americanos com 65 anos ou mais.
Segundo os pesquisadores, o estudo reforça a noção de que a doença de Alzheimer e as demências relacionadas são doenças promovidas pelos ambientes e estilos de vida modernos.
Os antigos gregos notaram alguns problemas de memória relacionados à idade que hoje seriam classificados como comprometimento cognitivo leve. No entanto, os gregos nunca observaram nada que se aproximasse da grande perda de memória, fala e raciocínio provocada pela doença de Alzheimer e outras demências.
Séculos mais tarde, na Roma antiga, algumas menções a problemas cerebrais semelhantes à demência começaram a aparecer. Um famoso médico do Império Romano, Galeno, observou que, aos 80 anos, alguns idosos começam a ter dificuldade em aprender coisas novas. O naturalista Plínio, o Velho, observou que um senador e famoso orador, Valerius Messalla Corvinus, esqueceu seu próprio nome. O estudioso romano Cícero escreveu que "a tolice dos idosos... é característica dos velhos irresponsáveis, mas não de todos os velhos".
Os autores especulam que a poluição nas cidades romanas aumentou à medida que cresciam, provocando casos de declínio do pensamento. Os romanos também se expuseram involuntariamente ao chumbo neurotóxico ao usar recipientes de chumbo para cozinhar e canos de água de chumbo, além de adicionarem acetato de chumbo ao vinho para adoçá-lo.
Estas tendências, explicam os autores, estão de acordo com as teorias atuais que culpam em grande parte o comportamento sedentário e a exposição à poluição atmosférica como os principais fatores de demência.
Fonte: Journal of Alzheimer's Disease. DOI: 10.3233/JAD-230993.
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