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Genética pode interferir no risco de transtornos alimentares em adolescentes

22 de abril de 2024 (Bibliomed). Os transtornos alimentares, como anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno alimentar compulsivo, frequentemente surgem durante a adolescência. Embora pesquisas anteriores tenham mostrado que esses transtornos têm componentes genéticos (com uma hereditariedade entre 40% e 70%) e aspectos neurológicos, as relações entre esses fatores ainda não são completamente compreendidas.

Uma pesquisa liderada pela Yale University revelou que fatores genéticos e neurobiológicos moldam o desenvolvimento de transtornos alimentares muito antes do que se pensava anteriormente, com evidências emergindo em crianças tão jovens quanto nove anos. Os resultados enfatizam a necessidade de triagem e intervenção precoces.

A equipe de pesquisa utilizou dados do National Institutes of Health's Adolescent Brain and Cognitive Development Study, o maior estudo de longo prazo sobre o desenvolvimento cerebral e a saúde infantil nos Estados Unidos. Eles avaliaram o risco genético, a estrutura cerebral e os sintomas de transtornos alimentares em mais de 4.900 adolescentes com idades entre 9 e 11 anos.

Os resultados mostraram que o risco genético para um índice de massa corporal (IMC) aumentado estava associado a sintomas de transtornos alimentares, mas não a sintomas de ansiedade, depressão ou transtorno obsessivo-compulsivo.

Os pesquisadores também descobriram que os riscos genéticos para IMC e anorexia estavam correlacionados com diferentes estruturas cerebrais. Especificamente, o risco elevado de IMC está associado a uma maior espessura cortical em certas regiões do cérebro e reduções generalizadas na área da superfície cerebral, enquanto os riscos de anorexia estão associados a um volume reduzido do corpo estriado. O corpo estriado, que fica mais profundo no cérebro, está associado ao controle motor e à cognição de ordem superior, como aprendizado e tomada de decisões.

Os resultados destacam que os fatores biológicos estão moldando o desenvolvimento dos transtornos alimentares desde uma idade muito precoce, ressaltando a importância de identificação e intervenção precoces para prevenir complicações futuras.

Fonte: Nature Mental Health. DOI: 10.1038/s44220-023-00101-4.

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