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Paradoxo da obesidade: pesquisadores acreditam ter resolvido a questão

13 de outubro de 2023 (Bibliomed). Na medicina existe o chamado "paradoxo da obesidade", uma observação de que pessoas com problemas cardíacos parecem menos propensas a morrer se estiverem acima do peso ou obesas. Essa teoria permaneceu por muito tempo como um enigma, mas agora, um grupo de pesquisadores europeus acreditam ter desvendado essa questão.

Baseando-se em pesquisas anteriores que tinham como base o índice de massa corporal (IMC), que considera o peso e a altura da pessoa para julgar se a pessoa está ou não dentro do peso considerado ideal.

O estudo, realizado na Universidade de Glasgow, na Escócia, mostrou que o paradoxo da obesidade desaparece se outros fatores de risco cardíaco forem considerados junto com o IMC de uma pessoa. Além disso, a relação cintura-altura, refletia com mais precisão o risco real para a saúde do coração decorrente do excesso de gordura corporal.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de cerca de 8.400 pacientes com insuficiência cardíaca que sofrem de fração de ejeção reduzida, uma condição na qual o coração não consegue bombear uma quantidade normal de sangue por todo o corpo.

Os pacientes estavam participando de um ensaio clínico avaliando a segurança e a eficácia de um medicamento para o coração. Como parte desse estudo, foram coletados dados extensos sobre o peso, tamanho e forma do corpo das pessoas e outros fatores de risco cardíaco.

Olhando apenas para o IMC, os pesquisadores descobriram que as pessoas que se qualificam como sobrepeso ou obesas realmente parecem ter taxas de mortalidade mais baixas em comparação com aquelas com peso saudável. Contudo, quando eles controlaram a medição do IMC com outros fatores de risco cardíaco, o paradoxo da obesidade desapareceu.

Foram considerados como fatores de risco idade, sexo, pressão arterial, função cardíaca e níveis sanguíneos de peptídeos natriuréticos - hormônios secretados pelo coração quando sob pressão.

Outra medida de excesso de peso, na qual a circunferência da cintura é comparada à altura, também foi menos provável de estar associada ao paradoxo da obesidade, isso provavelmente ocorre porque a relação cintura-altura é um reflexo melhor da gordura da barriga e em torno de órgãos-chave como o fígado, com os voluntários com maior concentração de gordura abdominal tendo um risco até 39% maior de hospitalização por insuficiência cardíaca em comparação com aqueles com níveis mais baixos de gordura na região.

Fonte: European Heart Journal. DOI: 10.1093/eurheartj/ehad083.

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