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Estudo da USP mostra potencial para desenvolvimento de vacina contra febre maculosa

15 de junho de 2023 (Bibliomed). A morte de quatro pessoas por febre maculosa após participarem de uma festa em Campinas tem chamado a atenção no Brasil. A doença é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, cujo principal vetor é o carrapato-estrela.

A febre maculosa é transmitida aos humanos através da picada do carrapato-estrela, que injeta na corrente sanguínea a bactéria, e os principais sintomas são febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, diarreias, dores abdominais, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e solas dos pés e, em alguns casos, gangrena em dedos e orelhas. Se não diagnosticada e tratada rapidamente, a doença pode causar morte.

Um estudo realizado no Laboratório de Bioquímica e Imunologia de Artrópodes do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) descobriu que a expressão de uma proteína durante a alimentação do carrapato-estrela é essencial para sua sobrevivência. Levando isso em consideração, os pesquisadores planejam usar terapia alvo para levar o carrapato à morte, de forma que a bactéria não possa ser transmitida.

Os pesquisadores explicam que o número de casos registrados no país anualmente não justifica a vacinação de humanos, então, o foco da vacina seriam os hospedeiros dos carrapatos: equinos (como os cavalos), roedores (como as capivaras) e marsupiais (como os gambás). Ressalta-se que esses animais apenas hospedam os carrapatos, não sendo responsáveis pela transmissão da doença. Além disso, não existem no Brasil relatos outros tipos de carrapatos, como os que normalmente infectam os cachorros e gatos domésticos, transmitirem a doença.

Se o alvo encontrado para obtenção de um imunizante for promissor, a ideia é vacinar o hospedeiro do carrapato, que, ao picar o animal vacinado, morrerá, interrompendo, assim, o ciclo de proliferação da bactéria.

Fonte: Parasit Vectors. DOI: 10.1186/s13071-023-05701-8.

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