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Poluição do ar poderia aumentar hospitalização de crianças autistas

18 de maio de 2023 (Bibliomed). O transtorno do espectro autista (TEA) é uma doença heterogênea do neurodesenvolvimento com ampla gama de sintomas e gravidade, caracterizada por déficits na comunicação e interação social, interesses restritos e comportamentos repetitivos. Devido à sua alta prevalência (1,5% nos EUA e 2,2 % na República da Coreia) e o alto custo vitalício para sustentar um indivíduo com TEA (US$ 2,2 milhões nos EUA e US$2,4 milhões no Reino Unido), o TEA é considerado um importante problema de saúde pública.

A neuroinflamação e a inflamação sistêmica são frequentemente acompanhadas de TEA. Estudos recentes também relataram que as respostas inflamatórias contínuas, representadas pelos níveis séricos de citocinas inflamatórias, estão associadas à gravidade dos sintomas do TEA, e os sintomas centrais do TEA podem ser melhorados pela modulação do estado inflamatório (por exemplo, com medicamentos, suplementos e formulações dietéticas), especialmente entre pacientes com TEA com altos níveis séricos de citocinas pró-inflamatórias.

Acredita-se que a exposição de curto prazo à poluição do ar (de dias até semanas) pode induzir inflamação sistêmica e neuroinflamação, aumentando potencialmente o risco de internação hospitalar em pessoas autistas. Mas estudos anteriores de poluição do ar se concentraram na associação entre a exposição a longo prazo à poluição do ar (meses a anos) durante a gravidez e o período pós-natal precoce e o desenvolvimento de TEA entre crianças.

Em um novo estudo, pesquisadores buscaram descobrir se a exposição a curto prazo também pode representar um risco para agravar os sintomas de TEA entre crianças em idade escolar, já que o sistema nervoso em desenvolvimento de uma criança é mais suscetível a exposições ambientais do que o de um adulto. Eles se basearam em dados oficiais do governo coreano sobre internações hospitalares diárias por autismo entre crianças de 5 a 14 anos entre 2011 e 2015. Foram também coletadas informações sobre os níveis diários nacionais de partículas finas (PM2,5), dióxido de nitrogênio (NO2) e ozônio (O3) em cada uma das 16 regiões da República da Coreia por até seis dias.

Um aumento de 10 µg/m3 nos níveis de PM2,5 foi associado a um risco 17% maior de internação hospitalar por autismo e um aumento de 10 partes por bilhão em NO2 e O3 foi associado a um risco 9% e 3% maior, respectivamente.

A análise dos dados mostrou que a exposição de curto prazo a PM2,5, NO2 e O3 estava associada a um risco aumentado de internação hospitalar por autismo, e que os meninos estavam em maior risco do que as meninas. O número médio diário de internações hospitalares por autismo durante o período do estudo foi de 8,5 para crianças autistas e foi muito maior para meninos do que para meninas.

Este estudo sugere que a exposição de curto prazo à poluição do ar afeta o agravamento dos sintomas do TEA, que é mais proeminente entre os meninos do que entre as meninas.

Fonte: BMJ Open. DOI: 10.1136/bmjopen-2021-058286.

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