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“Mal da vaca louca”: entenda os perigos para os humanos

23 de fevereiro de 2023 (Bibliomed). Na quarta-feira (22/02), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou um caso de encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida como "mal da vaca louca". Registrado no Pará, o caso acometeu um animal de 9 anos, que foi sacrificado e seus restos mortais incinerados, a fim de evitar contaminação de outros animais e pessoas.

O caso foi comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal, e amostras do animal foram enviadas para o laboratório de referência em Alberta, no Canadá, a fim de confirmar se o caso é atípico, ou seja, que afeta um só animal e surge de maneira natural e esporádica. O governo brasileiro afirma não haver motivo para pânico, pois todas as medidas necessárias estão sendo tomadas.

A Encefalopatia Espongiforme Bovina é uma doença que afeta o sistema nervoso dos bovinos, que é causada pelo acúmulo anormal de uma proteína infecciosa chamada príon. Ela foi diagnosticada pela primeira vez em 1986 no Reino Unido, e casos já foram relatados em outros 25 países. O nome "vaca louca" se popularizou porque o animal começa a apresentar mudanças no comportamento, incluindo agressividade, isolamento e medo, além de tremores musculares e dificuldade para andar.

A doença pode ser transmitida ao homem através do consumo de carne ou derivados contaminados, recebendo o nome de Encefalopatia Espongiforme Transmissível Humana (EETH), variante da Doença de Creutzfeldt–Jakob (vDCJ). Pessoas contaminadas podem apresentar sintomas tipicamente psiquiátricos e inespecíficos, comportamentais e sensoriais, que incluem insônia, irritabilidade, perda de memória, enfraquecimento ou perda de sentidos, dormências musculares, crises de ansiedade, depressão e psicose, além de alucinações auditivas e visuais.

O diagnóstico da doença em humanos é realizado através de exames de sangue e de imagens, que visam identificar a proteína e o estado do tecido cerebral. A doença tem progressão rápida, e como não há um tratamento eficaz, além de medidas de suporte para os sintomas e complicações, o paciente infectado tem um período de sobrevida curto, com a maioria vindo a óbito em até um ano.

No Brasil, as autoridades sanitárias adotam medidas para evitar a disseminação da doença entre humanas, incluindo o abate e incineração dos animais infectados, a inspeção e testagem periódica das criações e a regulamentação rigorosa do conteúdo da ração dos animais criados para alimentação humana, incluindo bovinos, caprinos e ovinos.

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