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Filhos prematuros de mães negras recebem menos cuidados que os de mães brancas

04 de outubro de 2022 (Bibliomed). A taxa de intervenções médicas ativas para salvar bebês muito prematuros aumentou significativamente nos Estados Unidos de 2014 a 2020, diz um novo estudo da Ohio State University. Contudo, as crianças nascidas de mães asiáticas/das ilhas do Pacífico, negras e hispânicas eram muito menos propensas a receber esse cuidado ao nascer do que suas contrapartes brancas não hispânicas.

Os pesquisadores definiram o tratamento ativo como intervenções realizadas na tentativa de tratar o bebê, ncluindo terapia com surfactante, ventilação assistida imediata ao nascimento, ventilação assistida com duração superior a seis horas e/ou antibioticoterapia durante a internação na unidade de terapia intensiva neonatal.

O estudo concentrou-se em recém-nascidos de extremo baixo peso, nascidos antes do terceiro trimestre de gravidez, conhecidos medicamente como "perecíveis". Apenas 4 de cada 1.000 bebês nascidos nos Estados Unidos em 2015 nasceram entre 22 semanas, zero dias e 25 semanas, seis dias de gestação, disse o estudo. Mas esses nascimentos representaram cerca de 40% de todas as mortes neonatais, disseram os pesquisadores, e dois terços dos bebês perecíveis nasceram de uma mãe que se identificou como negra não hispânica ou hispânica em 2019.

Os pesquisadores revisaram dados do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde e encontraram quase 62.000 bebês "periváveis", nascidos vivos e sem distúrbios congênitos entre 2014 e 2020. Desses nascimentos, 37% eram negros, 34% brancos, 24% hispânicos e 5% asiáticos/ilhas do Pacífico.

No geral, os nascimentos perecíveis representaram 0,2% dos quase 27 milhões de nascidos vivos durante o período do estudo: 5% eram asiáticos/ilhas do Pacífico, 37% negros, 24% hispânicos e 34% brancos. E 14% nasceram com 22 semanas, 21% com 23 semanas, 30% com 24 semanas e 34% com 25 semanas. Pouco mais da metade desses bebês - 52% - receberam tratamento médico ativo. De acordo com os pesquisadores, houve diferenças regionais no tratamento médico ativo para esses bebês.

Para os autores, essas descobertas destacam a necessidade de mais pesquisas para entender as razões por trás de tais disparidades na intervenção neonatal "à beira da viabilidade".

Fonte: JAMA. DOI: 10.1001/jama.2022.12841.

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