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15 de setembro de 2022 (Bibliomed). A malária é uma doença causada por um parasita que é transmitido por certos tipos de mosquitos. Apesar de vários esforços de prevenção - de mosquiteiros tratados com inseticida a medicamentos para prevenção de doenças - a doença continua fazendo várias vítimas pelo mundo.
Ao longo de décadas, pesquisadores buscam maneiras de combater a doença, e agora um pequeno estudo realizado com voluntários saudáveis tem apresentado resultados promissores. Nos testes, pesquisadores do governo dos Estados Unidos descobriram que um anticorpo desenvolvido em laboratório protegeu a maioria dos participantes da infecção pelo parasita da malária – incluindo todos aqueles que receberam uma dose mais alta do anticorpo.
Em 2021, a Organização Mundial da Saúde aprovou a primeira vacina contra a malária, para uso em crianças pequenas. A vacina, chamada Mosquirix, é administrada em três doses entre as idades de 5 e 17 meses, com uma quarta dose cerca de 18 meses depois. Embora a vacina tenha sido bem recebida como um avanço, não é uma solução definitiva, por reduz o risco de malária em crianças em cerca de 36% ao longo de quatro anos.
Os pesquisadores explicam que criar uma vacina altamente eficaz contra a malária é difícil devido à complexidade da infecção parasitária. O parasita da malária passa por diferentes fases da vida no corpo humano. Quando um mosquito infectado pica alguém, ele "cospe" um pequeno número de parasitas no sangue, em uma forma chamada esporozoíto. Esses esporozoítos então viajam para o fígado, onde se multiplicam e amadurecem. Eventualmente, os parasitas chegam às células do sangue, que é quando causam doenças - geralmente febre e outros sintomas semelhantes aos da gripe. Sem tratamento imediato, pode haver complicações graves, como falência de órgãos e inchaço cerebral.
Na pesquisa atual, os autores estão desenvolvendo um anticorpo monoclonal que reconhece uma proteína na superfície do esporozoíto, com o objetivo de impedir que ele invada o fígado. O anticorpo é uma versão modificada em laboratório de um natural que foi isolado de um paciente que havia sido vacinado contra a malária. Em teoria, um anticorpo monoclonal poderia funcionar melhor do que uma vacina: as vacinas dependem do treinamento do sistema imunológico para produzir anticorpos contra um invasor estranho, e essa resposta varia de pessoa para pessoa. Os anticorpos monoclonais são mais previsíveis.
Os anticorpos monoclonais são "muito específicos" para o invasor que estão atacando, e se este puder ser administrado por um jab padrão, isso tornaria viável o uso nos países onde é mais necessário. O estudo atual envolveu 23 adultos americanos saudáveis, 17 dos quais receberam o anticorpo monoclonal, por via intravenosa ou injeção. Os seis restantes serviram como um grupo de comparação. Todos foram expostos voluntariamente, sob controle de condições, aos mosquitos portadores do parasita da malária. Dos 17 que receberam o anticorpo, 15 estavam completamente protegidos, não apresentando nenhum parasita detectável no sangue três semanas após a infecção controlada. Isso incluiu todos os voluntários que receberam uma dose mais alta do anticorpo.
Em contraste, todas as seis pessoas do grupo de comparação tinham parasitas no sangue (e foram tratadas com medicamentos padrão para malária). O anticorpo utilizado é uma forma mais potente de um que eles testaram em um estudo anterior, publicado há um ano. Os pesquisadores estimam que esta nova versão poderia, após uma injeção, proteger uma criança contra a malária por 6 a 12 meses.
Fonte: New England Journal of Medicine. DOI: 10.1056/NEJMoa2203067.
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