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Terapia de choque é segura e eficaz para depressão difícil de tratar

12 de agosto de 2021 (Bibliomed). A terapia de "choque" frequentemente ajuda a aliviar a depressão severa, mas o medo e o estigma podem impedir os pacientes de contraí-los. Agora, um grande novo estudo está confirmando a segurança do tratamento. Realizado pela Universidade de Toronto, no Canadá, o estudo adiciona evidências de que a eletroconvulsoterapia não aumenta o risco de complicações médicas graves

A eletroconvulsoterapia, como é conhecida clinicamente, existe há décadas. Ela consiste em eletrodos que são colocados na cabeça para fornecer pequenos pulsos elétricos ao cérebro - causando intencionalmente uma breve convulsão. Anos atrás, isso podia ser feito sem nenhum medicamento, e alguns pacientes sofreram ferimentos, incluindo fraturas ósseas, durante a convulsão, o que contribuiu para a má fama da técnica.

Os pesquisadores analisaram registros médicos de mais de 10.000 pacientes. Todos foram internados em hospitais psiquiátricos em Ontário, Canadá, entre 2007 e 2017, com episódios depressivos graves. Metade dos pacientes havia recebido eletroconvulsoterapia e foram comparados com pacientes semelhantes que não haviam se submetido ao procedimento.

De 5.008 pacientes que receberam eletroconvulsoterapia, o estudo descobriu, 105 tiveram um "evento médico sério" em 30 dias. Isso em comparação com 135 de 5.008 pacientes que não receberam eletroconvulsoterapia. Esses eventos incluíram mortes não suicidas ou admissão hospitalar por uma complicação médica.

Poucos pacientes morreram por suicídio após deixarem o hospital. Mas o risco foi ainda menor após a eletroconvulsoterapia: não mais do que cinco mortes foram atribuídas ao suicídio naquele grupo, contra 11 no grupo de comparação.

Os pesquisadores ressaltam que este estudo não avaliou a eficácia da eletroconvulsoterapia, mas estima-se que até 80% dos pacientes com depressão severa veem seus sintomas melhorarem substancialmente após a técnica. Contudo, isso não significa que estejam curados. Sem cuidados contínuos, como medicação e terapia, a recaída é provável. Alguns pacientes recebem sessões de eletroconvulsoterapia de "manutenção" por um período mais longo.

Os pesquisadores não têm certeza de por que a eletroconvulsoterapia funciona, mas especulam que parece operar por meio de vários mecanismos. Estudos descobriram que a estimulação elétrica pode melhorar a comunicação entre células em regiões do cérebro conhecidas por responderem a antidepressivos. Além disso, a eletroconvulsoterapia também parece desencadear a liberação de fatores "neurotróficos", que podem ajudar as células cerebrais a crescer.

Fonte: Lancet Psychiatry. DOI: 10.1016/S2215-0366(21)00168-1.

Copyright © 2021 Bibliomed, Inc.

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