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Delírio pós-operatório em idosos causa internações mais longas

14 de agosto de 2020 (Bibliomed). Os adultos mais velhos que desenvolvem disfunção cerebral após procedimentos cirúrgicos passam mais tempo no hospital e têm menos chances de receber alta para casa, segundo um estudo realizado no Dartmouth-Hitchcock Medical Center, nos Estados Unidos.

Os idosos que experimentam delirios durante a recuperação de uma operação são hospitalizados por até dois dias a mais e, quando recebem alta, até 78% são enviados para uma clínica de reabilitação ou enfermagem, de acordo com os pesquisadores. Em consequência, os custos com o tratamento desses pacientes podem aumentar em até US$17.000.

A disfunção neurocognitiva pós-operatória (PND) ocorre em até 65% dos pacientes submetidos à cirurgia e é particularmente comum em adultos com 65 anos ou mais, indicam pesquisas. A forma mais comum é o delírio - ou confusão ou pensamento desorganizado - e pode ser causada por desidratação, infecção ou dor não aliviada durante e após a cirurgia.

Para o estudo, os pesquisadores revisaram dados de quase 2,4 milhões de pacientes do Medicare que foram operados entre janeiro de 2013 e dezembro de 2016. A idade média dos pacientes no estudo foi de 75 anos.

Pouco menos de 45.000 - ou aproximadamente 2% - dos pacientes foram diagnosticados com PND. Aqueles com a doença permaneceram no hospital por uma média de cerca de seis dias, dois a mais do que aqueles sem a complicação.

Apenas 22% dos pacientes com PND receberam alta hospitalar após a recuperação, em comparação com 40% daqueles sem PND. Dez por cento dos pacientes com PND morreram dentro de um ano da cirurgia, em comparação com 4,4% daqueles sem a complicação.

Os cirurgiões podem identificar pacientes com alto risco de desenvolver PND antes da cirurgia, e tratamentos estão disponíveis para ajudar a reduzir o risco, de acordo com as diretrizes do American College of Surgeons, da American Geriatrics Society e da American Society of Anesthesiologists.

Essas diretrizes estão disponíveis ao público e servem como um bom recurso. Para os pesquisadores, pacientes e cuidadores devem discutir essa complicação com seus cirurgiões, anestesistas e seus prestadores de cuidados primários, antes da realização de qualquer procedimento.

Fonte: JAMA Network Open. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2020.8931.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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