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Deficiência de vitamina D pode estar associada ao aumento da necessidade de tratamento cirúrgico das fraturas do antebraço em crianças

18 de abril de 2018 (Bibliomed). A associação entre status de vitamina D e risco de fratura e gravidade em crianças permanece ambígua. As fraturas do antebraço são as fraturas mais comuns observadas em crianças, e estudo apresentado no American Academy of Orthopaedic Surgeons Annual Meeting (AAOS 2018), que ocorreu de 06 a 10 de março em New Orleans, nos Estados Unidos, trabalhou com a hipótese de que crianças com insuficiência ou deficiência de vitamina D teriam maior probabilidade de ter fraturas mais graves do antebraço, necessitando de tratamento cirúrgico.

O estudo envolveu 100 crianças com idade entre três e 17 anos, com histórico de fraturas no rádio ou na ulna tratados por cirurgiões. Cada participante preencheu um questionário com foco em fatores de risco para deficiência de vitamina D. As fraturas foram categorizadas como exigindo tratamento não operatório ou tratamento operatório. Todas as fraturas foram tratadas por um cirurgião ortopédico pediátrico usando um critério estrito de intervenção cirúrgica. Todas as fraturas fechadas foram tratadas inicialmente apenas por imobilização ou manipulação fechada e imobilização gessada. A intervenção cirúrgica foi usada exclusivamente em pacientes com fraturas expostas e em pacientes com fratura fechada que o alinhamento aceitável não foi alcançado por manipulação fechada ou não pôde ser mantido devido à perda da redução nas comsultas de acompanhamento. O estado da vitamina D foi registrado com base na medição da concentração de 25-hidroxivitamina D (25-OHD) obtida durante a visita clínica. O status da vitamina D foi comparado entre as crianças que apresentavam fraturas que necessitavam de tratamentos não operatórios e operatórios.

A idade média da coorte foi de 9,8 + 3,2 anos (3 a 15 anos) e 65% eram do sexo masculino. A média de 25OHD foi de 27,5 + 8,3 ng/ml. Vinte e um por cento dos pacientes eram deficientes em vitamina D (usando os critérios da American Academy of Pediatrics de 25OHD <20 ng/ml) e 49% tinham insuficiência de vitamina D (usando os critérios da Endocrine Society em 20 ng/ml <25OHD <30 ng/ml). A média de 25-OHD foi de 23,3 + 8,8 ng/ml no grupo que necessitou de intervenção cirúrgica (n=12) e 28,1 +8,1 no grupo não operatório (n=88) (P=0,057). Cinquenta por cento do grupo que necessitou de intervenção cirúrgica eram deficientes em vitamina D em comparação com 17% do grupo não operatório (P=0,017). O risco relativo de cirurgia com 25OHD <20 foi de 3,7. O nível de 25OHD correlacionou-se negativamente com o IMC (r=-0,21, P=0,44), e foi significativamente menor em não brancos (26,0 + 7,2) em comparação com os brancos (32,5 + 9,9 ng/ml) (P=0,0008). Os pacientes que necessitaram de tratamento cirúrgico eram significativamente mais velhos e tinham maior IMC. Nove dos 12 pacientes que necessitaram de tratamento cirúrgico estavam com sobrepeso ou obesos após ajuste do IMC para curvas de crescimento.

Este é o primeiro estudo prospectivo a relatar que a deficiência de vitamina D pode ser um fator de risco para fraturas graves do antebraço que requerem tratamento cirúrgico em crianças. Após um trauma de baixa energia causando uma fratura no antebraço, uma criança com deficiência de vitamina D tem 3,7 vezes mais chances de precisar de tratamento cirúrgico em comparação com uma criança com taxa  normal de vitamina D.

Fonte: American Academy of Orthopaedic Surgeons Annual Meeting (AAOS 2018), 06 a 10 de março, New Orleans - Estados Unidos.

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