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Especialistas de mais de trinta países reunidos em Foz do Iguaçu no Brasil confirmaram hoje a meta de erradicação do sarampo para o ano 2000. Eles participam do Décimo Quatro Encontro do Grupo Assessor de Doenças preveníveis por vacinas. A meta de erradicação do sarampo acertada pelos Ministros de Saúde da Região em 1994 pode ser alcançada ainda esse ano segundo o Diretor da Divisão de Vacinas e Imunizações da Organização Pan-Americana da Saúde, Dr. Ciro de Quadros. O Dr. Quadros afirma que se os países mantiverem o interesse, o compromisso político e houver recursos disponibilizados, dentro de três meses o sarampo poderá ser erradicado na Região.
O esforço dos países para alcançar a meta fez com que os casos de sarampo nas Américas caíssem de meio milhão em 1994 a menos 830 casos no ano 2000. Metade desses casos se encontram hoje em dois países: Haiti e República Dominicana. Surtos da doença ocorreram no Brasil e na Argentina há três anos mas hoje a situação encontra-se controlada e o Brasil por exemplo, com 160 milhões de habitantes, registrou apenas 48 casos esse ano.
O diretor do Centro Nacional de Epidemiologia do Brasil, Dr. Jarbas Barbosa, afirma que a meta da erradicação do sarampo é muito ousada e lembra que o maior desafio depois da erradicação é manter na agenda de prioridades dos governantes, da mídia e das equipes de saúde dos países uma doenças que perde a sua visibilidade a medida em que não ocorre mais. "É como se tivéssemos que organizar um exercito para enfrentar um inimigo que nunca vem mas que se vier e, nos pegar de surpresa, pagaremos um preço muito alto", diz Dr. Barbosa.
Entre as conclusões da situação dos países apresentada por seus representantes, o Dr.Quadros destaca que é necessário manter sempre uma boa cobertura de vacinação para evitar grandes surtos e que as campanhas quando não são bem feitas e supervisionadas tornam-se um grande desperdício de recursos.
O XIV Encontro do Grupo Assessor de Doenças Preveníveis por Vacinas acontece todos os anos. Esse ano o Brasil foi escolhido para sediar o evento em homenagem ao quinto centenário do seu descobrimento e ao centenário da Fundação Oswaldo Cruz, Instituição Brasileira que tem dado uma importante contribuição a pesquisa e ao combate de doenças nas Américas. O país também enfrenta grandes desafios de combate a doenças com campanhas que tem dado resultado e que servem de exemplo para outras regiões. Representantes de mais de trinta países participam da reunião. Alguns como assistentes como a França, a Alemanha e a Espanha interessados em conhecer as estratégias desenvolvidas nas Américas.
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