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Livro Acusa Cientistas dos EUA de Matar Ianomâmis

Por Leslie Gervitz

BOSTON (Reuters) - Cientistas norte-americanos disseminaram uma epidemia de sarampo que matou "talvez milhares" de índios da Amazônia, de acordo com um livro que vai ser lançado em novembro. (Elimina trecho truncado no final do texto).

O livro "Darkness in El Dorado: How Scientists and Journalists Devastaded the Amazon" (trevas no El Dorado: como cientistas e jornalistas devastaram a Amazônia), de Patrick Tierney, apresenta evidências de que, durante uma expedição em 1968, cientistas vacinaram índios ianomâmis contra sarampo e, possivelmente, contribuíram para uma epidemia da doença que matou "centenas, talvez milhares" de índios da tribo isolada em uma remota região da Venezuela.

A expedição, financiada pela antiga Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos, foi liderada pelo geneticista James Neel, da Universidade de Michigan, e pelo antropólogo Napoleon Chagnon, da Universidade da Califórnia.

Na época em que a expedição chegou à Bacia Amazônica para estudar os ianomâmis, a população da tribo era de cerca de 20.000 índios.

Estima-se que a população atual seja de 10.000 índios.

Tierney sugere que, na verdade, a vacinação feita por Neel entre os ianomâmis provocou sarampo em alguns índios, que acabaram infectando outros.

Pesquisadores da área médica afirmam, no entanto, que isso nunca foi demonstrado anteriormente.

A vacina contra sarampo Edmonston B apresentava alguns efeitos colaterais e foi retirada do mercado no início dos anos 70, no entanto, era o tratamento-padrão em 1968.

A acusação da epidemia é a mais explosiva no livro, que também acusa Chagnon de comportamento devasso.

A data de lançamento do livro foi transferida de 1o. de outubro para 16 de novembro, que coincide com o encontro anual da Associação de Antropologia Americana, em São Francisco.

Sinopse preparada por Reuters Health

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