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Criança Gasta Mais Tempo na Frente da TV Do Que na Aula

NOVA YORK (Reuters Health) - Colocar seu filho na frente da TV pode parecer uma boa forma de ter algum alívio. Mas, de acordo com um crescente número de pesquisas, isso pode causar mais problemas a longo prazo.

Estudos demonstram que o uso da TV como uma babá pode levar à violência, ao abuso de substâncias e à obesidade.

"Crianças e adolescentes são especialmente vulneráveis às mensagens comunicadas através da televisão, o que influencia suas percepções e seus comportamentos", explica Miriam E. Bar-on, professora da Escola de Medicina Stritch, da Universidade Loyola, em Maywood, Illinois.

"Muitas crianças menores não conseguem discernir entre o que elas vêem e o que é real", acrescentou a professora.

A revisão de estudos, publicada na edição atual de Archives of Disease in Childhood, destaca que crianças e adolescentes passam mais tempo em frente à televisão do que na sala de aula.

Na verdade, muitas terão gasto mais de três anos assistindo à televisão quando completarem o ensino médio. E as lições aprendidas vendo TV podem ser prejudiciais à saúde infantil. Por exemplo, normalmente, violência, cigarros e álcool são glamurizados na televisão.

Também tem se demonstrado que a televisão afeta os hábitos alimentares de pessoas jovens. Nas últimas três décadas, o número de pessoas assistindo TV aumentou, assim como o peso das crianças norte-americanas.

Na verdade, diversos estudos apontam a TV como a causa da obesidade infantil.

Além disso, o número de cenas sexuais que ocorrem em programas de TV durante o horário de maior audiência (entre as 20 e 21 horas da noite) aumentou mais de quatro vezes desde 1976. Antigamente, esse horário foi descrito como a "hora familiar".

Bar-on destaca que a Academia Americana de Pediatria incentiva pais a ter um papel mais ativo nos hábitos televisivos de seus filhos. Especificamente, os pais devem assistir TV com seus filhos, ajudá-los a escolher os programas, ensiná-los a assistir com olhar crítico e limitar o tempo em frente à televisão.

Os médicos podem ajudar a minimizar os efeitos nocivos da TV educando-se sobre os riscos à saúde pública, perguntando aos pais sobre os hábitos televisivos de seus filhos e defendendo programas educacionais de mídia nas escolas.

"É importante que pediatras e pais implementem, em conjunto, campanhas e estratégias", conclui a pesquisadora. "O efeito em crianças e adolescentes e na comunidade será muito maior com um esforço conjunto.

Sinopse preparada por Reuters Health

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