Folhetos de saúde

Tratamento da insônia

© Equipe Editorial Bibliomed

Como é realizado?

A insônia é definida como uma sensação de sono inadequado tanto em quantidade como em qualidade, geralmente não relacionada com sonolência durante o dia.

A terapêutica da insônia varia, dependendo principalmente da sua causa básica. Usualmente, a base do tratamento consiste em modificações ambientais e comportamentais, uso de medicamentos, controle de doenças desencadeadoras dos sintomas e, até mesmo, abordagem psicológica.

As principais modificações ambientais consistem na utilização de local silencioso, aconchegante para dormir, evitar a presença de televisão ou rádio no quarto, evitar ambientes iluminados.

As modificações comportamentais mais importantes são a eliminação do uso de substâncias estimulantes, especialmente durante o período que antecede o horário habitual de dormir (ex: deixar de tomar café ou refrigerante de cola durante a noite), aumento do tempo diário de prática de atividades físicas, evitar a realização de esforços excessivos imediatamente antes de deitar, procurar manter um sono regular e com horário fixo, acalmar-se antes de adormecer (procurar relaxar).

Quais os medicamentos que podem ser usados?

O tratamento medicamentoso da insônia está reservado apenas para os casos mais graves e refratários às medidas ambientais e comportamentais. Os medicamentos devem ser prescritos pelo médico habilitado no tratamento da doença, e devem ser usados por períodos de tempo limitados, curtos. Isso se deve ao potencial de dependência que estes fármacos podem gerar, bem como a maior chance de ocorrer eventos adversos com o uso prolongado.

Os medicamentos denominados sedativo-hipnóticos as drogas mais prescritas para o tratamento da insônia. Dentro desta classe incluem-se os medicamentos benzodiazepínicos, que talvez sejam os medicamentos mais prescritos em todo o mundo.

Outro tipo de medicamentos sedativo-hipnóticos são os chamados barbitúricos, os quais têm uma utilização mais restrita no tratamento da insônia, não sendo, habitualmente, medicamentos de primeira linha.

Estes fármacos atuam produzindo um estado de hipnose, ou seja, tem a capacidade de induzir o sono, além de auxiliarem na sua manutenção por períodos prolongados. O efeito indutor do sono é observado pela redução da latência do sono (tempo decorrido entre deitar-se e adormecer), além da modificação da duração dos estágios do sono.

Conforme já dito, tais medicamentos apesar de muito úteis quando adequadamente prescritos e utilizados, não são isentos de efeitos colaterais. Assim, seu uso deve ser restrito a casos selecionados onde sua indicação é essencial, e devem ser usados pelo menor período de tempo possível.

Lembre-se, somente o médico poderá orientá-lo na abordagem desta condição.

Fontes:

Simon RP, Sunseri MJ. Distúrbios do sono e do despertar. In: Goldman L, Bennet JC. CECIL Tratado de Medicina Interna. 21a ed, editora Guanabara Koogan S.A. RJ, 2001: 2265 – 2269.

Trevor AJ, Way WL. Drogas Sedativo-Hipnóticas. In: katzung BG. Farmacologia Básica e Clínica. 8a edição, editora Guanabara Koogan S.A., RJ, 2003: 318 – 333.