Artigos de saúde
Equipe Editorial Bibliomed
Neste artigo:
- Introdução
- Causas e fatores de risco
- Sintomas
- Diagnóstico
- Tratamento
- Prevenção
A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Para que a pressão seja considerada alta, as medidas devem ser iguais ou maiores a 140/90mmHg (ou 14 por 9) na maior parte do tempo. Algumas associações médicas estão adotando medidas ainda mais baixas, como 130/80mmHg, para considerar uma pessoa hipertensa. Em pessoas com essa condição, o coração precisa se esforçar mais para fazer a distribuição do sangue pelo corpo.
A medição da pressão arterial é feita através de um aparelho chamado esfigmomanômetro, que é posicionado em volta do braço, em conjunto com um estetoscópio. Com esses aparelhos, o profissional registra a pressão sistólica (ou máxima) que é o momento em que o coração libera o sangue. No segundo momento, mede-se a pressão diastólica (ou mínima).
De acordo com dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018), 24,7% da população que vive nas capitais brasileiras afirmaram ter diagnóstico para hipertensão, sendo os idosos os mais afetados: 60,9% dos entrevistados com mais de 65 anos e 49,5% com idade entre 55 e 64 anos afirmaram ser hipertensos.
A pesquisa Vigitel 2018 também destacou que a escolaridade afeta diretamente os índices de hipertensão: quanto mais tempo de estudo, menor a taxa de hipertensão. Para se ter uma ideia, do público com menos de oito anos de estudo, 42,5% disse sofrer com a doença; dos com 9 a 11 de estudo, 19,4%; e 12 ou mais, 14,2%.
A hipertensão é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de infartos, aneurismas arteriais, acidente vascular cerebral (AVC), e insuficiência renal e cardíaca.
A hipertensão ocorre quando existe uma resistência e endurecimento maior dos vasos sanguíneos, fazendo com que o coração precise realizar mais força para bombear o sangue. Este pode ser um processo natural do corpo, o que explica o elevado número de idosos hipertensos, mas alguns fatores de risco podem aumentar a probabilidade de se desenvolver hipertensão, como: obesidade; sedentarismo; consumo exagerado de sal; consumo de bebidas alcoólicas; predisposição genética; gênero e etnia (homens não branco são mais propensos a desenvolver hipertensão); tabagismo; diabetes; alterações nos níveis de colesterol e triglicérides; estresse; sono irregular; histórico familiar de doença cardiovascular prematura (menos de 55 anos para homens, e menos de 65 para mulheres; apneia do sono; hipertireoidismo; doenças renais; menopausa.
Na maioria dos casos, a hipertensão é uma doença silenciosa, sendo que os sintomas tendem a aparecer quando já está em fase mais avançada. Entre os sintomas da hipertensão estão: dores de cabeça; falta de ar; zumbido no ouvido; dores no peito; tonturas; falta de ar; visão turva.
Por ser uma doença silenciosa, que apresenta sintomas no estágio mais avançado, a hipertensão pode ser difícil de ser diagnosticada. Por isso, é fundamental que a pessoa tenha sua pressão aferida com frequência.
Em consultas de rotina, é preciso informar se há casos de hipertensão na família, especialmente os pais. Além disso, deve-se informar ao profissional sobre o estilo de vida e os possíveis hábitos que podem influenciar no maior risco de hipertensão.
Para confirmar a hipertensão, é preciso que a medição seja realizada em três dias diferentes, sendo necessário seguir as orientações médicas para realização do exame. O médico pode solicitar, também, exames mais específicos, como o holter, que é um exame no qual a pressão é medida de maneira ininterrupta por 24 horas.
A hipertensão é classificada em três estágios:
- Estágio I: hipertensão acima de 130 por 90 e abaixo de 160 por 100
- Estágio II: hipertensão acima de 160 por 100 e abaixo de 180 por 110
- Estágio III: hipertensão acima de 180 por 110.
Gestantes precisam de uma atenção especial à pressão arterial, isso porque existe uma condição chamdaa pré-eclâmpsia, que é uma complicação caracterizada pelo aumento da pressão arterial na gravidez, levando a maior risco de parto prematuro e evolução para eclâmpsia, que é um quadro no qual a mulher tem convulsões, colocando em risco a sua vida e a do bebê.
A hipertensão é uma doença que não tem cura, mas com o tratamento adequado ela pode ser controlada. O tratamento para hipertensão é individual, e deve ser planejado para cada paciente.
O tratamento consiste na utilização de medicamentos para controle, que podem ser usados individualmente ou em conjunto e agir por diferentes mecanismos, sendo os mais comuns:
- Inibidor da enzima conversora da angiotensina: medicamentos que impedem a angiotensina I de se converter em angiotensina II, essa última responsável pelo aumento da pressão arterial.
- Antagonistas dos receptores da angiotensina (ARA): medicamentos que bloqueiam a ação da angiotensina II em um dos receptores que atua.
- Betabloqueadores: medicamentos que agem no sistema nervoso simpático, que tem como uma das funções reagir ao estresse.
- Diuréticos: medicamentos aumentam a excreção de água e sódio do organismo e também tem ação vasodilatadora, reduzindo a pressão sanguínea.
- Antagonistas de cálcio: medicamentos que bloqueiam a ação do canal de cálcio com consequente dilatação das artérias.
Contudo, é fundamental que o paciente adote mudanças no estilo de vida, mantendo o peso adequado, praticando atividades físicas, abandonando o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas, moderando no consumo de sal e alimentos gordurosos, além de controlar o diabetes e outras comorbidades.
A prevenção da hipertensão passa pela adoção de um estilo de vida saudável: dieta saudável, rica em frutas, verduras e vegetais e pobre em gorduras e sal; cessação do tabagismo; controle (ou de preferência evitar) o consumo de bebidas alcoólicas; controle do estresse; boas noites de sono; e consultas médicas regulares.
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