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Meningite meningocócica

Equipe Editorial Bibliomed

Neste artigo:

- O que é a meningite?
- O que é a meningite meningocócica?
- Mecanismo de Infecção
- Sintomas da meningite
- Tratamento
- Prevenção

O que é a meningite?

Define-se meningite como uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Aproximadamente 10% dos pacientes apresentam seqüelas, incluindo perda auditiva e seqüelas neurológicas. Entre os microorganismos causadores da meningite estão bactérias, vírus, fungos, e parasitas.

Um diagnóstico pronto e acurado e um tratamento adequado da meningite bacteriana em crianças é um desafio que deve ser cumprido com a maior agilidade possível, para assim reverter os casos fatais ou com importantes seqüelas que acontecem em todo o mundo. O uso apropriado de antibióticos, associado a outros tratamentos tem ajudado a prevenir essas seqüelas nas crianças com meningite bacteriana. Um maior conhecimento dos mecanismos fisiopatológicos resultará terapias mais efetivas no futuro.

O que é a meningite meningocócica?

A Neisseria meningitides é o agente causal da maioria das meningites em crianças e adultos jovens. A doença evolui para a morte em 10% a 14% dos casos, mesmo quando é instituído o tratamento adequado. Seqüelas como problemas motores, problemas neurológicos ou surdez ocorrem em 1/5 dos pacientes que sobrevivem.

Mecanismo de infecção

O meningococo é uma bactéria gram negativa que está presente normalmente nas vias aéreas de 10% dos seres humanos e pode infectar outras pessoas debilitadas (Bebes, pacientes enfermos etc.), sendo transmitida por gotas de saliva, beijos, espirros, etc. ou quando se realiza um salvamento, no momento da respiração boca a boca ou no momento da intubação (neste caso a infecção também pode passar para a pessoa que está prestando o salvamento). A doença também ocorre em viajantes e em trabalhadores de laboratórios médicos, dentre outros.

A bactéria atinge o sistema nervoso através da corrente sanguínea ou por via direta de um local próximo ao cérebro (como nas infecções dos ouvidos). Em recém nascidos a contaminação pode ocorrer através do canal do parto. A inoculação direta da bactéria no Sistema nervoso resulta de trauma, defeitos congênitos com aberturas do sistema nervoso como a mielomeningocele ou através de uma propagação de alguma infecção supurativa que esteja próxima ao cérebro ou às meninges.

O meningococo pode causar um quadro de meningite meningocócica, que é muito grave ou um quadro de meningocococemia, que é uma infecção generalizada, que acomete todos os órgãos, extremamente grave e fatal em quase 100% dos casos, mesmo quando se utiliza tratamento com antibióticos de forma adequada e rápida.

Embora a maioria dos casos seja esporádicos, surtos podem ocorrer e nessas situações recomenda-se vacinar a população envolvida. Os surtos geralmente são conseqüência da propagação da infecção por um subtipo do meningococo. Existem vários subtipos, mas apenas para alguns existe vacina.

Os antibióticos estão indicados para os familiares ou outras pessoas que entraram em contato com o paciente doente, devido à alta virulência e propagação dessa bactéria.

Sintomas da meningite

Os sintomas vão depender da idade da criança. Febre, dor e endurecimento do pescoço, e alteração do estado mental estão presentes em 50% dos pacientes. Vômitos em jato, acompanhados de cefaléia são comuns no inicio do quadro. Outras manifestações mais especificas podem não aparecer nas crianças, principalmente nos bebes. Convulsões podem ocorrer e aparecem como primeiro sintoma em 1/3 dos casos. Manchas rochas na pele, pequenas ou grandes, de aparecimento súbito são comuns na infecção por meningococo (tanto na meningite quanto na meningocococemia, que é a forma mais grave de infecção por essa bactéria).

Tratamento

Na ausência de tratamento imediato e adequado, a meningococemia permanece uma condição com risco de vida, potencialmente fatal, devendo sempre ser encarada como uma emergência médica, sendo necessária a admissão hospitalar (sem necessidade de isolamento do paciente). A infecção meningocócica é uma emergência médica e a pronta administração da terapia com antibióticos e cuidados intensivos de suporte, incluindo o tratamento do choque séptico e pressão intracramaniana, é necessária para melhorar o prognóstico em pacientes infectados. A antibioticoterapia deve ser iniciada o mais breve possível em uma unidade de terapia intensiva, a fim de se preparar para o tratamento sistêmico agressivo. O principal objetivo do tratamento é estabilizar a pressão arterial, pois o colapso vascular e o choque séptico geralmente resultam de endotoxinas meningocócicas e lipooligossacarídeos. A OMS recomenda quatro antibióticos para o tratamento empírico de infecção meningocócica: penicilina G, cefalosporinas de terceira geração, a ceftriaxona e cefotaxima, e o cloranfenicol.

A correta abordagem da meningococcemia baseia-se nos seguintes pontos: (1) reconhecimento precoce; (2) início rápido de terapia antimicrobiana; e (3) monitoração rigorosa, com reavaliações frequentes. A infecção meningocócica deve ser considerada em todo paciente com início súbito de quadro febril, especialmente aqueles com petéquias e/ou sinais meníngeos.

Como a apresentação clínica inicial da meningococcemia é semelhante à de outras doenças bacterianas, a antibioticoterapia empírica inicial deve ser dirigida aos patógenos mais comumente encontrados (segundo os dados epidemiológicos locais).

A duração do tratamento vai depender da gravidade do caso e da resposta do paciente. Nos casos em que a bactéria é totalmente sensível aos antibióticos, um período de 10 a 14 dias parece ser suficiente.

Em caso de apresentar qualquer sintoma, deve-se procurar ajuda médica imediatamente.

Prevenção

A meningite pode ser prevenida via vacinação. Existem vacinas para todos os sorotipos de meningite, sendo o único não oferecido pelo Sistema Único de Saúde o sorotipo B. Entretanto, no Brasil, a vacina para o sorotipo B da meningite está disponível na rede privada.

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