Artigos de saúde
Equipe Editorial Bibliomed
Neste artigo:
- Introdução
- Citomegalia
- Transmissão na gestação
- Tratamentos e cuidados
- Mais informações
Introdução
O citomegalovírus (CMV) é um vírus herpes que predomina principalmente em
regiões pobres e carentes de recursos, educação e higiene, pois se dá por
contágio. Tem sintomas semelhantes à mononucleose e exige exames detalhados e
tratamento, principalmente cuidados higiênicos. Nem todos os bebês, porém,
nascidos de mães com CMV apresentam também diagnóstico para a doença.
Citomegalia
A massa de protoplasma que contém um núcleo e que constitui a unidade
básica dos seres vivos é chamada célula. A citologia, que é o estudo das
células, ganhou novas dimensões a partir da microscopia eletrônica, se é
essa facilidade que permite identificar os vírus que se instalam nas células,
como o citomegalovírus.
Desmembrando-se a palavra, temos "cito" (para célula), "megalo"
(que indica aumento, intumescimento do núcleo e do citoplasma da célula), e
'vírus' (o agente causador da citomegalia).
A citomegalia é mais comumente encontrada em países subdesenvolvidos,
especialmente onde as condições de higiene são precárias, pois sua
contaminação se dá quando a pessoa entra em contato com secreções do
organismo como urina, esperma, secreções cervicais e vaginais, fezes, sangue e
até mesmo o leite materno.
Transmissão na gestação
O citomegalovírus, assim como muitos
outros (mononucleose, parvovirose, HTLV-1 e 2, Hepatite B e C etc) podem ficar
escondidos dentro do DNA da célula do paciente. O citomegalovírus pode ser
transmitido da mãe para o filho, via placenta.
O médico afirma que não é tão fácil o diagnóstico laboratorial - separar o
que é realmente doença (presença do vírus e até sintomas) - e o que possa
ter sido transmitido pela placenta da mãe para o bebê, ou seja, os anticorpos,
que são só uma presença temporária no organismo da criança enquanto ainda
no ventre da mãe.
A mãe pode contrair o vírus por uma ou mais das formas descritas acima. Desse
modo, se a mãe, durante a gravidez, não observa os cuidados mínimos de
higiene recomendados e não faz o pré-natal, ela pode ignorar que está
contaminada.
Quando uma gestante está sob suspeita de citomegalovirose
e que poderia passar o vírus para seu feto via placenta, normalmente o médico
inicia pedindo um teste para ver se a mãe tem sinais sorológicos da doença.
Esse teste, de acordo com o médico, inclui a pesquisa de anticorpos da classe
IgG e IgM para o citomegalovírus no sangue materno.
Se o teste der negativo, apesar dos sintomas, relata, ele muda de suspeita
diagnóstica. Os testes de laboratório são um dos instrumentos decisivos,
portanto, para a conclusão do diagnóstico. E se, porém, os testes forem
positivos, as coisas complicam um pouco, pois não
necessariamente o feto estará com a virose. Pode-se fazer um teste no sangue materno para ver se a doença está presente
há poucos ou há muitos meses - trata-se do teste de avidez de IgG para
citomegalovírus.
Se o teste for negativo, sugere um contágio antigo e não seria a
causa provável do problema. Agora, se for positivo (com baixa avidez), poderá
ser esta a causa. As análises podem também prosseguir com uma técnica chamada
PCR, que detecta o genoma viral circulante ou até dentro do DNA humano.
A propósito, o citomegalovírus é encontrado apenas em humanos, segundo as
pesquisas. Entretanto, afirma o médico, vários pesquisadores têm visto que se
analisarem o sangue do cordão umbilical durante o nascimento, em busca do
genoma viral, quase 70% das gestantes que tiveram ensaios positivos para
citomegalovírus dão à luz recém-nascidos sãos. Isto quer dizer que os
testes parecem supervalorizar a presença da doença e por isso se fala em casos
falso-positivos.
Tratamentos e cuidados
É preciso um bom acompanhamento médico em qualquer estado gestacional, e mais
ainda se a gestação apresenta problemas como o caso do citomegalovírus. O Dr.
Vitor explica que o diagnóstico pode ser obtido a partir de uma somatória de
sintomas, sinais durante a gestação, ecografia e exame laboratoriais
pertinentes. Isso, ele reafirma, requer a presença de um bom médico e também de bons serviços subsidiários.
O maior problema, acho que é sócio-econômico, pois a grande maioria, tem
acesso apenas a serviços médicos públicos de baixa categoria espalhados pelo
país, que infelizmente são pouco capazes tecnicamente.
Mais informações
Quando transmitido pela mãe, o CMV pode causar
desde a cegueira no bebê até o parto prematuro e, por vezes, o abortamento.
Após o quadro primário, o vírus
permanece inativo no organismo, podendo ser reativado em situações de
exceção (como a imunodepressão, por exemplo). Também, podem
ocorrer sintomas tardios, após o parto, como déficit mental e motor, surdez,
atrofia óptica e cegueira, além de espasticidade motora.
Mulheres cuja profissão exija estar em contato com grande número de pessoas,
como médicas, professoras e atendentes hospitalares precisam redobrar os
cuidados e fazer exames prévios caso queiram engravidar, e mesmo depois de
constatada a gravidez. Já em estado gestacional, a ultrassonografia é
utilizada, mas sua eficácia quanto à comprovação do citomegalovírus no feto
ainda não é definida.
Na verdade, muitas pessoas, principalmente aquelas portadoras de HIV, convivem
com o vírus, que só não se manifesta se o sistema imunológico estiver
saudável e controlar sua ação. Nos casos em que as defesas imunológicas são
enfraquecidas pelo HIV, então o citomegalovírus (CMV) pode atacar diversas
partes do corpo.
O tratamento, com exceção das gestantes, inclui medicamentos que vão desde os
de tomada diária até os de tomada uma vez por semana, a critério médico. Em
caso de gestação, no entanto, muitos desses medicamentos são desaconselhados
pois não se sabe que efeito pode causar no feto.
A melhor conduta é a informação e, com ela, a mãe evitar o contato com
pessoas portadoras de CMV (cuja doença se parece com a mononucleose), redobrar
os cuidados de higiene e fazer repousos, pedindo afastamento temporário do
trabalho principalmente se trabalhar em locais públicos.
Todos os estudos sobre o CMV retornam ao mesmo ponto, salientando que quanto
maior o grau de educação e melhores as condições ambientais do local onde
vive a mãe, menor a incidência da doença. E ainda, dentre as mães com CMV,
algumas são as crianças diagnosticadas positivas, porém nem todas.
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