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Cresce incidência de câncer de mama em mulheres jovens

08 de março de 2010 (Bibliomed). Apesar de ser menos frequente em pacientes com menos de 40 anos de idade, a incidência do câncer de mama em mulheres jovens vem crescendo nos últimos anos. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que o diagnóstico em mulheres dessa faixa etária subiu de 3% para 17% do total de casos nos últimos anos. Esse fato preocupa especialistas da área, já que a mulher jovem, por ter mais tempo de vida pela frente, acaba sofrendo mais com os efeitos colaterais do tratamento da doença.

A doença é a principal causa mundial de morte por câncer da população feminina entre 39 e 58 anos de idade. No Brasil, o número de casos novos de câncer de mama esperados para 2010 será de 49.240, com um risco de 49 casos a cada 100 mil mulheres, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, onde já existe uma concentração maior de diagnósticos da doença.

De acordo com especialistas, o câncer de mama em mulheres jovens é muito complexo, pois têm um significativo impacto psicológico e abala a autoestima feminina. "A mastectomia, que é a retirada da mama, é um dos tratamentos mais utilizados nos casos de câncer de mama. Em nossa sociedade, a mulher se destaca como um ícone de beleza e vaidade, e a mama feminina simboliza toda a sensualidade e feminilidade. Assim, qualquer alteração na sua imagem acarretará modificações no seu dia a dia", explica o oncologista Fernando Medina da Cunha, diretor científico do Centro de Oncologia Campinas.

Mas, segundo o médico, o momento mais difícil enfrentado pelas mulheres ainda é a quimioterapia, não só pelo sofrimento físico com os efeitos colaterais, mas também pelo impacto psicológico. "É o momento em que a mulher realmente demonstra estar doente, muito mais do que depois da cirurgia. A queda dos cabelos, tão importantes na vaidade feminina, afeta seriamente a autoestima. Além disso, a quimioterapia provoca a diminuição da libido, o ressecamento vaginal e a interrupção da menstruação", explica Medina.

O especialista explica que esse tipo de câncer não possui uma causa definida, mas alguns fatores de risco são conhecidos, como histórico familiar (mãe ou irmã com esse tipo de tumor na pré-menopausa), presença de alterações genéticas (modificações nos genes associados à doença), além do ritmo de vida acelerado vivenciado hoje por grande parte das mulheres. "Pacientes jovens fumam com mais fequencia, trabalham mais, estão mais sujeitas ao estresse e utilizam anticoncepcionais por tempo indeterminado. É importante dizer que mudanças de hábitos, como a prática de atividades físicas regularmente, ter uma alimentação saudável e parar de fumar, ajudam a prevenir o câncer".

O oncologista destaca, ainda, que, no caso de pacientes jovens, não é indicada a mamografia sem recomendação médica. "É preciso lembrar que este é um exame que inclui a emissão de radiação ionizante que, quando aplicada de forma excessiva, pode ser nociva à saúde. Por isso, não devemos antecipar a inclusão da mamografia no cotidiano de uma mulher precocemente, caso ela não tenha histórico familiar ou alterações genéticas que justifiquem o exame", ressalta. O mais indicado, por isso, é o autoexame de toque - que deve ser realizado mensalmente, sete dias após o início da menstruação, quando as mamas já não estão mais inchadas - que, segundo o especialista, é responsável pela detecção de 80% dos tumores.

Fonte: Sigmapress Assessoria de Imprensa. Press release. 02 de março de 2010.

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