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Aspirina contra problemas cardiovasculares: um médico sempre deve ser consultado

23 de maio de 2008 (Bibliomed). Tomar regularmente uma pequena dose de aspirina pode reduzir o risco de sofrer infarto e derrame, além de proteger contra aborto, demência e câncer de intestino, segundo algumas pesquisas. Porém, há alguns riscos, como o de sangramento intestinal, que devem ser considerados e, por isso, há a necessidade de um acompanhamento médico, alerta um artigo publicado no jornal escocês "The Scotsman".

Assinado pelo médico Mark Porter, famoso no Reino Unido por suas participações na TV e pelos artigos que escreve para diversos jornais locais, o artigo alerta para o uso indiscriminado do medicamento nos Estados Unidos por milhões de pessoas como prevenção de doenças.

"Os médicos têm uma abordagem muito mais cautelosa em relação à droga na Europa; não apenas porque ela pode ter sérios efeitos colaterais e causar mais problemas do que resolvê-los. Em pessoas erradas – principalmente aqueles que gozam de boa saúde – a aspirina pode, na verdade, ser tóxica", escreveu o especialista.

Proteção para o coração

Para o médico, apesar das propriedades anti-câncer da aspirina serem as mais celebradas pelos meios de comunicação, o mais importante seriam os potenciais benefícios contra doenças cardíacas e derrame, distúrbios que mais matam homens e mulheres na Grã-Bretanha. E a proteção contra problemas cardiovasculares seria o principal critério de prescrição do uso regular da droga.

O efeito contra doenças cardiovasculares é baseado na habilidade da aspirina de deixar as plaquetas do sangue "menos colantes", o que reduz as chances delas se agruparem em coágulos que interrompem o fluxo sangüíneo para o cérebro e coração. Porém essa propriedade de afinamento do sangue também tem um lado negativo, que é o de aumentar o risco de simples sangramentos e até de sérias hemorragias cerebrais e estomacais.

Uma estimativa australiana, por exemplo, indica que, se 20 mil idosos tomassem a aspirina regularmente e por um longo tempo, o medicamento preveniria 700 infartos e 55 derrames, mas os benefícios seriam ofuscados pelos mais de mil casos de sangramento estomacal e 130 hemorragias cerebrais.

E o "custo-benefício" seria ainda pior para os mais jovens, que ainda não enfrentam um risco de problemas cardíacos que justifique o uso da aspirina. Por isso, o doutor Porter sugere que o uso deve ser restrito aos mais velhos e que um médico sempre deve ser consultado.

"Enquanto você permanecer apto e saudável, e não tenha sido aconselhado pelo seu médico a tomar uma dose baixa de aspirina (75 a150mg por dia), eu não sugeriria nem considerá-la até que tenha passado o seu 50º aniversário", destacou o médico. "Mesmo assim, ela não é adequada para todos".

Fonte: Jornal The Scotsman.                                        21 de maio de 2008.

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