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Mutirão trata dentes de índios Maxacali

Belo Horizonte, 08 de Agosto de 2001 (Bibliomed). Excesso de cáries, gengivites, periodontites, lesões de boca, traumatismo dentário e câncer bucal foram algumas das doenças encontradas pela Coordenação Indígena da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, ao realizar um mutirão de atendimento bucal, na semana passada, na reserva indígena Maxacali. Os resultados sugerem a necessidade de um trabalho semelhante em reservas de todo o País.

A chefe de Coordenação Indígena, Simone Faria de Abreu, afirma ter sido representativo o número de problemas dentários encontrados entre os Maxacali.

Foram examinados no mutirão 297 índios com idade desde os 18 meses até os 74 anos. O que mais chamou a atenção dos 20 profissionais de odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade do Vale do Aço, que participaram do trabalho, foi o grande número e o estágio avançado de cáries encontradas em índios ainda jovens.

A equipe precisou mudar a estratégia de tratamento prevista para casos mais graves. A princípio, os índios que necessitassem de tratamento de canal (endodontia) seriam encaminhados às cidades próximas à aldeia, como Bertiópolis e Santa Helena de Minas, para se submeterem ao tratamento. Ao verificar o avançado estágio de acometimento dentário, os técnicos optaram pela extração dos dentes.

Além de tratar toda a tribo, foi iniciado trabalho de prevenção. Os profissionais ensinaram os índios a escovarem corretamente os dentes para evitar a formação de placas e de cáries. Escovas foram distribuídas.

Na opinião de Simone Faria de Abreu, mutirões devem ser realizados em todas as aldeias de Minas Gerais e do país. Estima-se que exista no Estado cerca de 17 mil índios de etnias reconhecidas ou não pela Fundação Nacional Indígena (Funai). Do total, há cerca de 3,5 mil crianças nas diversas aldeias, muitas delas localizadas na divisa com o Espírito Santo.

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