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13 de maio de 2011 (Bibliomed). No dia 11 de maio, o Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou publicamente sua insatisfação com a abertura indiscriminada de novos cursos de medicina no país. O CFM, em conjunto com os 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRM) do país, apresentou à imprensa os resultados do aumento de cursos.
Segundo a nota divulgada, foram criadas 80 escolas que oferecem o curso de medicina, o que representa um aumento de 80% em um período de 10 anos. De acordo com o CFM, boa parte delas não tem condições de funcionamento. Na nota, as entidades ressaltam que esses estabelecimentos não têm instalações adequadas, contam com ambulatórios e hospitais precários (ou inexistentes) e não oferecem conteúdo pedagógico qualificado aos estudantes. Para os Conselhos de Medicina, falta rigor nos critérios adotados pelo governo.
Muitas pessoas acreditam que a deficiência do atendimento à saúde, em especial no sistema público, acontece pela falta de profissionais. Contudo, segundo o CFM, não é a falta de profissionais qualificados o problema. De acordo com dados apresentados, existem no país 347 mil médicos, e a previsão é que se formem cerca de 16 mil anualmente.
O CFM afirma que aumentar o número de médicos formados não resolverá o problema do atendimento à população. O que precisa ser melhor pensado, segundo os especilistas, é a distribuição dos profissionais, já que 72% se concentram nas regiões Sul e Sudeste. Além disso, é necessário mais recursos para o Sistema Único de Saúde.
“A abertura de novos cursos de Medicina não resolverá o caos do atendimento, ao contrário do que defendem alguns. A duplicação do número de escolas médicas - entre 2000 e 2010 - não solucionou a má distribuição dos médicos, mantendo a desassistência, inclusive nos grandes centros urbanos”, relatam as entidades.
Fonte: Conselho Federal Medicina, 11 de maio de 2011
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