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NOVA YORK (Reuters Health) - Os efeitos prejudiciais do cigarro mostrados nos anúncios são bem conhecidos. Agora, pesquisadores da Grã-Bretanha demonstraram a eficácia de peças publicitárias de televisão para ajudar as pessoas a abandonar o vício.
O estudo da Agência de Desenvolvimento de Saúde da Grã-Bretanha (HDA), formalmente chamada de Autoridade em Educação para Saúde, exibiu uma campanha de televisão em três áreas com altas taxas de tabagismo.
Os comerciais destacaram o ator e comediante John Cleese, do famoso filme Monty Python, falando sobre os riscos do fumo e dando conselhos para deixar de fumar.
A maioria dos anúncios usou humor mórbido para enfatizar os danos do cigarro e "mostrar como o hábito é ridículo", explicaram Dominic McVey, da HDA, e seu colega John Stapleton, do Instituto de Psiquiatria, em Londres.
Os pesquisadores entrevistaram mais de 2 mil fumantes e não-fumantes antes de o anúncio ser exibido, e novamente após seis e 18 meses. Depois de 18 meses, cerca de 18 por cento dos fumantes haviam parado de fumar e apenas 4,3 por cento de ex-fumantes tiveram uma recaída, conforme o relatório publicado na revista Tobacco Control.
Fumantes e não-fumantes que viram os anúncios foram cerca de 50 por cento mais propensos a não fumar, comparados a pessoas que moravam em regiões onde os comerciais não foram veiculados.
Os pesquisadores estimam que os comerciais de televisão antifumo podem diminuir a taxa de tabagismo em cerca de 1 por cento, suficiente para causar "um grande impacto na redução das doenças relacionadas ao cigarro".
De acordo com os autores, os resultados apóiam a recente decisão do governo britânico de financiar campanhas antifumo na televisão. "Na Grã-Bretanha, o cigarro é responsável por cerca de 1 milhão de mortes por câncer e doenças cardíacas a cada dez anos", mostrou o relatório.
"Embora os perigos do fumo sejam conhecidos há muitos anos, os governos têm sido vagarosos em reagir contra o problema com recursos e legislação frequentemente empregadas em outras questões de saúde pública menos devastadoras", escreveu McVey e Stapleton.
"A velha máxima de que a prevenção é melhor que a cura parece não ter sido levada em conta em relação às doenças causadas pelo fumo", disseram os autores.
Sinopse preparada por Reuters Health
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