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Testes Mostram Resposta Genética Para Medicação Contra Asma

Por Maggie Fox, correspondente de Saúde e Ciência

WASHINGTON (Reuters) - Pesquisadores anunciaram que observando os genes é possível prognosticar como as pessoas vão responder a uma droga contra asma.

Pequenas diferenças em uma única "letra" do código genético -- chamadas de polimorfismo de nucleotídeo único (SNPs) -- não devem impor uma resposta às drogas, mas combinam, de forma previsível, maneiras para afetar a capacidade do paciente em usar o medicamento, descobriram a equipe do Genaissance Pharmaceutical, Inc. e da Universidade de Cincinnati.

Essas combinações de variação genética são chamadas haplótipos genéticos e os pesquisadores descobriram 12 diferentes haplótipos, que afetam a resposta dos pacientes à droga para asma albuterol.

"Parece que o haplótipo 4 está associado a respostas diminuídas e o haplótipo 2, ao aumento da resposta", escreveram os pesquisadores do estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences.

A empresa Genaissance, com sede em New Haven (Connecticut), estava preparada para encontrar apenas as diferenças genéticas. Os médicos esperam que algum dia possam analisar os genes dos pacientes para descobrir qual medicamento funcionará melhor em cada indivíduo.

A equipe de pesquisadores estudou 121 pacientes com asma e encontrou 13 diferentes SNPs (pronuncia-se 'isnips') que poderiam ser combinados em mais de 8 mil haplótipos diferentes.

Em vez disso, descobriram que apenas 12 haplótipos de fato ocorreram. Conforme os pesquisadores, alguns poderiam ser associados a grupos étnicos. "Quatro dos haplótipos observados ocorrem em todas as amostras de população, embora com frequências marcadamente diferentes", escreveram os autores.

"O haplótipo 2, o mais frequente em caucasianos (48 por cento) é visto somente em frequências de 6 por cento, 10 por cento e 27 por cento em amostras de afro-americanos, asiáticos e latinos hispânicos. O haplótipo 6 também é mais comum em afro-americanos e asiáticos, quando comparados com os outros dois grupos", disseram os pesquisadores.

A pesquisa pode ajudar outros estudos com grupos étnicos que, algumas vezes, respondem diferentemente a vários medicamentos.

Para o chefe da equipe, Stephen Liggett da Universidade de Cincinnati, o estudo mostrou que a resposta genética a medicamentos poderia ser complicada. "O prognóstico da resposta às drogas pode não ter sido feito pelo uso apenas de SNPs das pessoas", declarou o pesquisador.

Tanto grupos públicos quanto empresas privadas estão correndo para catalogar o máximo de SNPs possível na população humana.

O Instituto Nacional de Saúde dos EUA anunciou esta semana que 800 mil foram identificados. Há mais de 3 bilhões de "letras" no código genético humano. Nenhum SNP foi associado a qualquer característica genética e os cientistas têm dito que provavelmente mais de uma diferença seria necessária para causar um efeito mensurável.

Sinopse preparada por Reuters Health

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