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03 de dezembro de 2009 (Bibliomed). Os usuários da droga sintética ecstasy podem ter maior risco de desenvolver apneia do sono – condição marcada por interrupções na respiração durante o sono e ronco alto, que pode levar a problemas cognitivos e cardiovasculares –, segundo estudo da Universidade Johns Hopkins. Usada principalmente em boates e raves, a droga, segundo os pesquisadores, afeta o neurotransmissor serotonina, que controla os padrões de sono e de respiração – e esse poderia ser o mecanismo responsável pela associação da droga com a apneia.
Avaliando, em laboratório, 71 pessoas saudáveis que eram usuários "recreacionais" de ecstasy – que tinham usado pelo menos 25 vezes, mas estavam livres da droga duas semanas antes do início do estudo – e 62 que nunca usaram a droga, os cientistas descobriram que os usuários tinham mais de oito vezes maior risco de episódios de apneia e hipopneia (redução do fluxo de ar durante o sono) enquanto dormiam, comparados com os não-usuários. Além disso, apesar de as taxas de apneia leve serem similares nos dois grupos, apenas os usuários de ecstasy tinham apneia moderada e severa.
De acordo com os pesquisadores, o estudo também sugere que, quanto maior o uso da droga, maiores as taxas de apneia. E os riscos do problema respiratório seriam maiores nessas pessoas do que entre os obesos, que também enfrentam maior risco de apneia.
"Pessoas que usam ecstasy precisam saber que esta droga prejudica o cérebro e pode causar problemas perigosos e imediatos, como apneia do sono, destacou a pesquisadora Una McCann, líder do estudo, em nota para a imprensa. "A apneia do sono por si mesma é perigosa, mas pode também contribuir para problemas cognitivos em pessoas que usam ecstasy, porque o distúrbio crônico do sono é conhecido por ter um efeito negativo em como uma pessoa ‘funciona’ durante o dia", completou.
Fonte: Neurology. Dezembro de 2009.
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