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Cocaína ligada à doença coronariana multivascular

22 de maio de 2006 (Bibliomed). Um estudo italiano encontrou evidências que sugerem que a cocaína pode promover a obstrução das artérias coronárias por placas de aterosclerose e pode aumentar o risco de infarto do miocárdio, até mesmo entre usuários jovens. Até o momento, acreditava-se que o efeito da cocaína, como causador de problemas cardíacos, se limitasse ao espasmo (contratura), das artérias coronárias.

Segundo o estudo publicado na revista Journal of the American College of Cardiology, um de cada quatro infartos em pessoas com idades de 18 a 45 anos, ocorre devido ao uso da cocaína.

Para chegar a estas conclusões, os investigadores realizaram exames radiológicos das coronárias, para comparar a extensão da aterosclerose coronária em 51 pacientes com infarto agudo do miocárdio, com 50 anos ou menos. No total, 17 pacientes (16 homens) tinham usado cocaína pelo menos 10 vezes, sendo que 41% haviam usado a droga nas 24 horas antes do infarto. Indivíduos que usaram a droga menos de 10 vezes foram excluídos do estudo.

Nos resultados, verificou-se que a doença com comprometimento de várias artérias, era mais comum entre usuários de cocaína, do que entre os não usuários (65% vs 32%), e estes usuários apresentaram um número mais alto de lesões graves de suas artérias coronárias (≥ 50%, 2.3 vs 1.6 lesões por paciente).

Os pesquisadores concluíram que a aterosclerose coronária é bastante comum em usuários de cocaína, com infarto do miocárdio, e pode ser até mesmo mais grave e difusa do que entre os não-usuários de cocaína.

Fonte: Journal of the American College of Cardiology 2006; 47: 4120-4122

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