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Pesquisadores brasileiros estudam novo remédio contra mal de Chagas

06 de Junho de 2003 (Bibliomed). Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto (FCFRP) e da Universidade de Franca (Unifran) estão próximos de desenvolver, em conjunto, um novo medicamento contra a doença de Chagas, mal que afeta mais de seis milhões de brasileiros e que mata mais de mil a cada ano. O novo medicamento tem como princípio ativo a cubebina – substância extraída a partir da semente seca da pimenta asiática (Piper cubela).

Os resultados obtidos até agora em células in vitro e em camundongos têm animado os pesquisadores. “Os medicamentos existentes hoje possuem vários efeitos colaterais. Afetam o sistema hepático dos pacientes, e acredita-se que alguns induzam a características mutagênicas, por exemplo. Já a cubebina praticamente não apresentou tais efeitos”, explicou o professor da FCFRP, Sérgio de Albuquerque.

Na opinião de Albuquerque, o potencial de um novo remédio contra a doença de Chagas desenvolvido por brasileiros é enorme, tanto do ponto de vista da saúde pública, como de mercado, já que o mal de Chagas é um problema tipicamente latino-americano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge cerca de 16 milhões de pessoas na região.

No Brasil, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) estima que a vigilância sanitária gaste cerca de R$70 milhões em internações e remédios para os chagásicos e no combate aos besouros vetores da doença, conhecidos como barbeiros ou chupanças. Além disso, é incalculável o prejuízo social causado pela doença, cujos sintomas podem se manifestar de 10 a 20 anos após o contágio. “Muitos doentes acabam tendo que se aposentar por invalidez”, ressaltou Albuquerque.

A pesquisa está sendo financiada pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que já desembolsou, desde 1998, cerca de R$ 250 mil para o projeto, que está em negociação adiantada com um parceiro nacional, o Laboratório Teuto Brasileiro, de Anápolis (GO).

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