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14 de Abril de 2003 (Bibliomed). Se nada for feito, em poucos anos as mulheres brasileiras terão tanto enfarte quanto os homens. O alerta é do presidente do Congresso Anual da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Antonio Carlos Carvalho. Segundo o especialista, uma explosão de enfartes femininos já vem sendo registrada há alguns anos na cidade do Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e, mais recentemente, em São Paulo.
A mulher brasileira e em especial das regiões metropolitanas está mais sujeita ao enfarte, segundo Carvalho, porque na atual geração ela passou a disputar o mercado de trabalho da mesma maneira que os homens, sendo afetada pelo estresse e sofrendo de pressão alta, ao mesmo tempo em que está fumando mais, se alimentando de sanduíches e frituras que elevam suas taxas de gorduras no sangue, e se tornando sedentárias.
Ainda segundo o especialista, tradicionalmente o Brasil tinha nove enfartes em homens para cada enfarte em mulher. Nesta década, a relação caiu para seis homens enfartados para quatro mulheres com a doença coronariana. E há uma tendência crescente ao enfarte em pessoas com mais de 70 anos, a ponto da Organização Mundial da Saúde lançar um alerta de que em dez anos o coração estará matando mais que o câncer, mesmo na faixa mais idosa da população. Nessa faixa etária, as estatísticas mostram que para cada enfartado do sexo masculino há uma mulher com enfarte.
Carvalho chega a falar em epidemia de enfartes entre as mulheres. Para discutir sobre o assunto no Congresso em São Paulo, foram convidados especialistas do exterior que fizeram alguns dos mais importantes estudos do mundo sobre o uso diário de aspirina para prevenir o enfarte, sobre os fibrinolíticos capazes de reverter o quadro quando tomados logo após o ataque cardíaco e sobre a pandemia de enfarte que se espalha pelo mundo inteiro, já que a globalização está difundindo os maus hábitos alimentares, que tornam as pessoas obesas e eleva a taxa do mau colesterol. Entre eles, Salim Yussuf, chefe da Cardiologia do McMaster Hospital, do Canadá e Rory Collins, de Oxford.
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