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12 de Dezembro de 2002 (Bibliomed). O gel anticoncepcional e microbicida Acidform, que reduz o risco de infecção pelo HIV, vem sendo avaliado por pesquisadores do Ambulatório de Planejamento Familiar do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Unicamp. É a primeira vez que uma universidade brasileira estuda esse produto, desenvolvido pela Rush University, de Chicago, e fabricado em Campinas por uma farmácia de manipulação, em projeto conjunto com o Cemicamp.
Estudos de laboratório mostram que o gel é capaz de matar vários agentes transmissores de doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV, a gonorréia e a clamídia. Também pode ser um bom espermicida, pois se revela muito eficiente em imobilizar os espermatozóides. E ainda pode atuar no controle da vaginose bacteriana, uma alteração da flora que produz corrimentos freqüentes em muitas mulheres. “Para que isso possa ser evitado, é preciso deixar a vagina em condições normais de pH ácido (menor que 4,7), o que a protege contra o desenvolvimento de bactérias anormais”, explicou Eliana Amaral, supervisora da pesquisa e professora do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas.
Os primeiros testes clínicos foram feitos com 38 mulheres com idades entre 18 e 45 anos. Numa primeira fase, avaliou-se a vagina das voluntárias, após a aplicação do gel por seis dias. As mulheres que utilizaram o Acidform puro, sem nenhum componente adicional, não apresentaram nenhuma reação negativa. Entre as que usaram o gel adicionando Nonoxinol 9, observou-se uma espécie de irritação no órgão genital.
Na segunda fase do estudo, as voluntárias foram examinadas, durante quatro ciclos menstruais, no meio do ciclo da menstruação e novamente até três horas após manterem relações sexuais. No primeiro ciclo não se utilizou nenhum produto; nos outros três os casais usaram de forma aleatória o Nonoxinol 9, colocado com até duas horas de antecedência, e o Acidform, de duas horas ou até oito a dez horas antes da relação. Os resultados comprovaram que o Acidform é capaz de matar os espermatozóides quando usado antes do coito. Não houve uma mudança significativa na flora vaginal, ou seja, as bactérias protetoras da vagina ficaram preservadas.
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