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Entender a lógica da memória a curto prazo ajuda a conhecer Mal de Alzheimer

13 de Novembro de 2002 (Bibliomed). “Se conseguirmos entender a lógica da memória visual a curto prazo, poderemos ter indícios de caminhos melhores para estudos como o Mal de Alzheimer”, afirmou a psicóloga Cláudia Correia Leite Fuhs, que discutiu o tema em sua tese de mestrado apresentada na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP.

A pesquisadora explica que possuímos dois tipos de memória: uma a longo prazo – recordações realizadas depois de extensa exposição do fato ou acontecimento ter sido registrado – e outra visual – imagens trabalhadas a menos de nove segundos, como se fossem um lampejo. Pacientes que sofrem de Alzheimer deixam de conseguir aprisionar essas lembranças a curto prazo.

No estudo, Cláudia utilizou duas condições experimentais em um grupo de alunos do primeiro ano de Psicologia. “Adotei os estudos de Walker, pesquisador da Universidade Harvard, e a partir deles tentei provar a existência de um traço comum entre o que guardamos em nossa memória e a relação de familiaridade e importância que mantemos com essas imagens captadas”, explicou.

Inicialmente, a pesquisadora recorreu a letras e a figuras com alta similaridade – desenhos geometrizados e letras com grafia semelhantes, como p, b, d, q. Em seguida, abstraiu a primeira condição e acrescentou situações articulatórias e matemáticas ao exercício. Com isso, tentou avaliar até que ponto o efeito de recência (influência exercida pelo último estímulo apresentado) é alterado por intervenções externas. Para Cláudia, esse efeito de recência se apresentaria como se fosse um eco visual, uma semelhança entre a última imagem captada e projetada pelo cérebro.

Este estudo da memória fotográfica pode trazer inúmeras contribuições tanto para a área médica, contribuindo para a identificação e tratamento precoces do Mal de Alzheimer, quanto para a área psicológica, evitando a depressão e os transtornos provocados pela doença. A psicóloga ressaltou, no entanto, que o uso e aplicabilidade da descoberta depende de outros estudos.

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