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Rio de Janeiro registrou 70 casos de malária no ano passado

23 de Abril de 2002 (Bibliomed). A Fundação Nacional de Saúde (Funasa), ligada ao Ministério da Saúde, vai realizar, nos próximos três dias, em Belém (PA), um encontro para estruturar núcleos de controle de insetos transmissores de doenças nos estados da Amazônia Legal. O principal tema será a malária, doença comum na região Norte do País. Na semana passada, a identificação de quatro casos da doença na Praia do Sono, próximo à cidade fluminense de Parati deixou a população alarmada.

A Funasa tenta tranqüilizar os moradores e turistas das cidades próximas a Parati e afirma que, apesar da doença não ser comum na região, freqüentemente são detectados casos de pessoas contaminadas por malária no Rio de Janeiro. O recente caso identificado no litoral sul do estado não é uma situação inédita para as equipes de vigilância epidemiológica, que identificam e acompanham esses pacientes. A contaminação no vilarejo perto de Parati se deu a partir de um viajante de nacionalidade argentina que, nos últimos meses, viajou para vários países e visitava a região.

Esse mesmo turista já havia sido diagnosticado em Ubatuba, São Paulo, em dezembro de 2001, teve iniciado o tratamento, mas não chegou a concluí-lo. Por isso, em Parati, voltou a apresentar os sintomas da doença. Novamente o diagnóstico foi realizado e o esquema terapêutico, reiniciado.

Segundo a Funasa, apenas no ano passado, foram identificados 70 casos de malária entre pessoas atendidas em ambulatórios e hospitais do estado do Rio de Janeiro. Em 2000, foram 72 episódios. Em todos os casos, entretanto, os pacientes haviam se contaminado fora do Estado ou do País. Desde 1996, várias cidades fluminenses tiveram registros de casos de malária, tais como Angra dos Reis, Campos de Goytacazes, Conceição de Macabu, Duque de Caxias, Itaguaí, Itatiaia, Macaé, Niterói, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Sapucaia, Teresópolis, Volta Redonda, Araruama, Bom Jardim, Cabo Frio, Cachoeiras de Macacu, Mangaratiba, Petrópolis, Resende, Rio das Ostras, São Gonçalo, São João da Barra, São João de Mereti, São Pedro da Aldeia, Nova Friburgo, Itaperuna, Magé e Parati.

No caso específico de contaminação em Parati (RJ), a Funasa acredita ter conseguido romper a cadeia de transmissão da doença e evitar sua disseminação. A Praia do Sono, onde foram detectados os últimos casos, é um lugarejo pertencente a Parati e tem somente 65 residências. Todas elas foram borrifadas com inseticida capaz de matar o mosquito transmissor. Outros três vilarejos por onde o turista argentino passou estão também sob vigilância por uma equipe de técnicos.

A malária é uma doença causada por três espécies de parasitas: Plasmodium malariae, Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum. Os transmissores do microorganismo para o homem são insetos da família Culicidae e do gênero Anopheles. No Brasil, cinco espécies são consideradas como vetores principais: Anopheles darlingi, Anopheles aquasalis, Anopheles albitarsis, Anopheles cruzi e Anopheles bellator. Os anofelinos são pequenos insetos de duas patas, medem em geral menos de um centímetro de comprimento e possuem longas pernas. A maioria dos anofelinos tem hábitos crepusculares ou noturnos. Durante o dia, dirigem-se para lugares onde ficam livres da luz excessiva e do vento.

Amazônia

Em Belém, o Encontro Regional de Entomologia da Amazônia Legal terá a finalidade de capacitar profissionais de saúde para atuar em pesquisas. O Acre, Amazonas e Roraima conseguiram reduzir em mais da metade o número de casos de malária. Entre 1999 e 2001, a redução de casos no país foi de cerca de 40%. Em 2001, foram 387.330 contra 635.644 casos registrados em 1999.

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