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África do Sul cria centro para abrigar pacientes com Aids em fase terminal

Belo Horizonte, 26 de Fevereiro de 2002 (Bibliomed). Foi inaugurada há alguns dias, em Johannesburgo, na África do Sul, uma aldeia para que pessoas com Aids tenham onde morrer com dignidade. O local pode abrigar 450 pessoas, entre adultos e crianças que não têm acesso ao tratamento.

A idéia de construir o local surgiu há dez anos em um hospital fundado pela organização beneficente Sparrow Ministries para receber portadores da Aids em fase terminal. Em dez anos, apesar de não ter a estrutura necessária e adequada, o hospital recebeu 700 pessoas.

Na África do Sul, um em cada nove moradores tem a doença. A pandemia atinge 4,7 milhões de pessoas e mata 200 mil doentes por ano. Os fundadores do hospital relatam que muitos doentes eram levados ao hospital depois de serem encontrados abandonados na periferia de Johannesburgo, prestes a morrer. Na nova aldeia, há um complexo de pequenas unidades, construídas em torno de um ambiente comum. Há um local para o cuidado de adultos e outro, que ainda não foi concluído, destinado às crianças. O abrigo fica próximo de um centro artesanal. A renda dos produtos vendidos será revertida para manter o funcionamento da aldeia, que também vai receber doações.

Os desafios trazidos pelo avanço da Aids não são exclusivos da África do Sul. Em um fórum mundial que reuniu jovens de sete cidades do mundo, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, fez um apelo para que os jovens usem preservativos, evitando as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e, principalmente, a Aids. As declarações do secretário serão transmitidas pela MTV e devem provocar a fúria dos conservadores e do Vaticano.

Powell afirmou que a comunidade internacional deve esquecer as idéias conservadoras e os tabus em relação ao sexo. As declarações devem despertar polêmica, já que Powell é considerado uma autoridade moderada da administração Bush, que sempre pregou a abstinência como forma de prevenir as DSTs.

No Brasil, o uso da camisinha deve ser incentivado com um lançamento no mês de março: os preservativos com as cores e os escudos dos principais times de futebol do País. O desenvolvimento dos preservativos passou por uma fase experimental. Nos últimos dois meses, a partir de uma parceria com o Clube dos 13, as camisinhas foram distribuídas gratuitamente pela Dharman, uma das maiores fabricantes de preservativos da América Latina. A empresa, que vai investir US$ 12 milhões na produção, pretende reverter 12% do valor arrecadado com as vendas ao Clube dos 13. A expectativa é de vender 35 milhões de camisinhas aos torcedores. Na Argentina, já existem preservativos com escudos de times como Boca Juniors, River Plate, San Lorenzo e Racing.

Pode ser que nos próximos anos a camisinha seja um produto dispensável na hora de prevenir a Aids. Um creme ou gel capaz de prevenir diversas DSTs está em estudo por grupos ativistas norte-americanos e pela Fundação Rockefeller. Se o financiamento for mantido, o produto pode chegar ao mercado em cinco anos. O microbicida poderia ser usado por uma mulher ou homem e passaria despercebido durante o ato sexual - ao contrário da camisinha - para prevenir as doenças.

A substância, segundo estudos iniciais, não vai precisar ter componentes químicos tóxicos. Os pesquisadores afirmam que diversas empresas investem milhões no estudo de drogas que controlam o HIV no organismo. No entanto, muito pouco é gasto em produtos que poderiam prevenir a transmissão. Se 20% das pessoas sob risco utilizasse o gel ao longo de três anos, 2,5 milhões de infecções seriam evitadas.

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