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Vitamina A suplementar pode auxiliar no crescimento de crianças doentes

Belo Horizonte, 21 de Janeiro de 2002 (Bibliomed). A vitamina A em altas doses melhora o crescimento de crianças com doenças graves como HIV, malária ou doenças que causam diarréia. Crianças com estes tipos de doença, principalmente em países em desenvolvimento, tendem a crescer menos, devido a perdas nutricionais que são difíceis de repor principalmente devido às próprias dificuldades econômicas e mecanismos espoliativos das doenças.

Embora a forma ideal de prevenir a deficiência de vitamina A ou outro nutriente seja garantir acesso universal a uma alimentação balanceada, a suplementação da vitamina pode ser uma intervenção relativamente simples e útil em termos de saúde pública em muitos casos.

Um estudo realizado pela Escola de Saúde Pública de Harvard em Boston, Massachusetts, na Tanzânia, incluiu 554 crianças entre 6 meses e 5 anos de idade que foram internadas com pneumonia.

Os pacientes receberam 200 mil unidades internacionais (UI) de vitamina A (maiores de 1 ano) ou 100 mil UI (se menores de 1 ano), ou uma pílula inativa (placebo) no dia em que foram hospitalizados. Uma Segunda dose da vitamina foi administrada no dia seguinte, e outras duas doses quatro e oito meses após a alta hospitalar.

Embora as doses administradas sejam extremamente altas, como não são administradas diariamente, e sim em doses ocasionais (ao todo quatro doses), os problemas usuais com a administração excessiva desta vitamina (problemas cutâneos, dor de cabeça, vômitos, anomalias ósseas e lesão hepática) não devem ocorrer.

A equipe de pesquisadores avaliou o crescimento das crianças através de medidas antropométricas (altura, peso e circunferência do braço) no início do estudo (dia da internação) e em intervalos mensais durante um ano. Os pesquisadores encontraram que as crianças com HIV, malária e diarréia persistente apresentaram evolução melhor (melhor crescimento, maior ganho de peso e menor incidência de atrofia) quando receberam vitamina A do que quando receberam uma pílula inativa.

Os pesquisadores concluíram que a administração de vitamina A em crianças com menos de cinco anos em populações com alta incidência de doenças infecciosas (malária, diarréia, HIV, disenteria, etc) deve melhorar o padrão de crescimento destas crianças e sugerem a administração a cada quatro meses, para se evitar a intolerância e os riscos de hipervitaminose (excesso de vitamina).

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