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Brasileiras vivem mais que os homens, maiores vítimas da violência externa

Belo Horizonte, 10 de Dezembro de 2001 (Bibliomed). Mortes por violência nas ruas e acidentes automobilísticos, bem mais freqüentes entre os homens, estão distanciando a expectativa de vida entre as pessoas do sexo feminino e masculino no Brasil. Atualmente, segundo dados do Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na semana passada, as mulheres brasileiras estão vivendo bem mais que os homens.

Ao se avaliar a população de 20 anos, percebe-se uma diferença acentuada. Um jovem dessa idade enfrenta 3,5 vezes mais riscos de morrer do que uma mulher na mesma idade. Isso se deve ao aumento significativo das chamadas mortes por causas externas. Os cálculos do IBGE demonstram que o risco de morte de um rapaz dessa idade é de 2,3 em um grupo de mil, enquanto o de uma jovem é de 0,6 a cada mil.

Os demógrafos do IBGE têm fortes indícios de um aumento significativo de mortes por causas externas, mas ainda não têm dados conclusivos sobre esse tema. Indicadores sociais dos anos 90 mostram que as causas externas representavam 63% dos óbitos entre jovens, de 15 a 25 anos, em 1992. Seis anos mais tarde, o índice já havia subido cinco pontos percentuais, ou seja, era de 68%.

A diferença da expectativa de vida entre os sexos não pode, segundo os especialistas, ser atribuída a doenças com a Aids. A proporção entre os infectados homens/mulheres pelo vírus HIV não é mais tão acentuada como no início da epidemia, nos anos 80. Àquela época, a proporção era de 24 para 1. Hoje é de 2 para 1 ou mesmo equivalente (1/1), dependendo da população estudada.

Acreditava-se, no início da epidemia de Aids, que a mortalidade pela doença poderia interferir de alguma forma no índice de expectativa de vida. Com a implantação do programa de distribuição de anti-retrovirais, a mortalidade atribuída à doença diminuiu acentuadamente.

Os demógrafos avaliam que as mortes violentas (homicídios, suicídios, acidentes de carro, afogamentos e outras) de homens, sobretudo na faixa etária de 15 a 35 anos, são as principais responsáveis pela diferença das médias de vida feminina e masculina.

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