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Idosos querem doar sangue após os 60 anos

Belo Horizonte, 26 de Outubro de 2001 (Bibliomed). Pesquisa realizada em Recife (PE) revela que idosos, doadores regulares de sangue, têm vontade de colaborar com os bancos de sangue após os 60 anos. Hoje, o Ministério da Saúde não permite doadores acima dessa idade.

O trabalho foi desenvolvido pelo professor de Hematologia e Hemoterapia da Universidade de Pernambuco, Divaldo Almeida Sampaio, e apresentado como tese de doutorado na Universidade Federal de São Paulo.

Foram ouvidos 1.571 moradores do Recife. O objetivo era traçar o perfil de candidatos a doação de sangue, de ex-doadores e de não-doadores. O grupo de ex-doadores era composto por 223 pessoas registradas na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) e que pararam de doar sangue após completar 60 anos. Cerca de 97% dos homens e 91% das mulheres afirmaram que gostariam de continuar com as doações.

Sampaio acredita que não há motivos para se estabelecer um limite de idade para a doação de sangue, desde que a pessoa apresente boas condições de saúde e esteja apta para isso. Ele lembra que a população brasileira está envelhecendo e a participação de doadores idosos saudáveis poderia ajudar a manter o estoque nos bancos de sangue nas próximas décadas. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil terá a sexta maior população idosa do mundo até 2025, com aproximadamente 32 milhões de pessoas acima dos 60 anos - cerca de 15% do total de brasileiros.

Confiabilidade

O estudo analisou também o perfil de 878 candidatos à doação de sangue do Hemope, com idade entre 18 e 28 anos e acima de 50 anos. Os dados revelam que o número de candidatos com mais de 50 anos barrados durante a entrevista que antecede a doação (triagem clínica) foi menor: 15,4%. No grupo de doadores mais jovens, 38,5% chegaram a ser dispensados. Na triagem sorológica, cerca de 3,4% dos doadores jovens apresentaram positividade para o vírus da Aids. Entre os doadores acima de 50 anos, nenhum caso foi detectado.

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