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Cuba: A Universidade de Valencia Criou um Complexo Óptico em Havana

EUROPA PRESS, 04/07/2000
Uma seleção INFOSALUD

A Universidade de Valencia, em colaboração com o Fondo Solidario Fortuna, a Fundação ONCE-América Latina, a Generalitat Valenciana, e a Diputación de Valencia criaram o complexo Ótico Valencia na cidade de Havan (Cuba). Este centro, que foi inaugurado nesta semana, surge com o objetivo de resolver "o problema da falta de lentes do povo cubano", segundo comentou o reitor da Universidade de Valencia, Pedro Ruiz Torres. Com respeito a esta carência, Pedro Ruiz afirmou que a realidade cubana apresenta "um panorama desolador quanto ao aspecto da correção ópitica".

Demora-se até dois anos para se conseguir óculos, com uma imensa repercussão no aprendizado de crianças que necessitam deles, assim como impossibilita a muitos adultos a realização de seu trabalho.

Para ilustrar esta realidade, o vicediretor de infraestruturas da Universidade de Valencia, Francisco Morales, citou que entre as províncias Ciudad de la Habana e la Habana, aproximadamente de 35 a 40 por cento da população necessita de óculos. Para tal, é preciso que se fabriquem 2.200.000 lentes oftálmicas. "No entanto, no momento existe apenas uma fábrica de lentes, com equipamentos obsoletos, e com uma capacidade anual de 100.000 lentes", afirmou.

Por outro lado, a população cubana tenta minimizar esta situação pedindo óculos a todos os visitantes de Cuba, "já que a única possibilidade de compra-los é pagando em dólares, e a um preço que corresponde a todo o seu salário de mais de 6 meses de trabalho"; "ainda que tenham uma boa 'formação em oftalmologia, a falta de recursos e o material obsoleto faz com que não se consigam solucionar problemas oftalmológicos que em outros países são facilmente resolvidos".

Segundo declarou Pedro Ruiz, devido a esta situação, o projeto da Universidade de Valência criou na cidade de Havana o complexo óptico Valência, um prédio reformado pelo governo cubano de cerca de 200 m2, e que se encontra dotado de uma fábrica para adaptação de lentes e de outra fábrica para sua fabricação, segundo comentou Francisco Morales. A atividade deste centro se completará com o início de uma atuação assistencial, que se propõe a operar cerca de 200 olhos, e a realizar exames de vista em cerca de 5000 pessoas.

Além disso, o hospital geral e o hospital pediátrico da cidade de Havana serão dotados de um serviço de oftalmologia e de blocos cirúrgicos.

Programa de atualização

Quanto à formação da equipe médica, " irá realizar-se no programa de formação e de atualização das pessoas dedicadas a oftalmologia infantil e aquelas que irão realizar os exames de vista ", comentou o diretor de relações internacionais da universidade, Francisco Pomer. Neste sentido, "professores da escola de Óptica e de Optometria e da Faculdade de Medicina visitaram Havana, para dar cursos de atualização a especialistas cubanos", afirmou.

Pressupõe-se que este projeto atinja o valor de 145 milhões de pesetas, além do aporte realizado pelo governo de Cuba em relação à recuperação de edifícios e a seu preparo. Além disso, " conseguimos preços muito especiais por ser a Universidade de Valência a entidade que realizou as compras "; assim " se o material adquirido tivesse sido pago por seu valor comercial real, e se contabilizarem as doações, o projeto atinge a 222 milhões de pesetas ", destacou Pedro Ruiz.

Por sua vez, a diretora geral da Cooperación al Desarrollo de la Generalitat Valenciana, recordou " a importância da transparência do projeto, uma vez que se tratam de recursos públicos ". Também falou a respeito de seu desejo em "continuar o projeto, realizando sua ampliação a toda Cuba, assim como a ampliação do projeto à Iberoamérica, com a criação de uma escola Iberoamericana de Óptica e de Optometria", afirmou.

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