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África do Sul Abandona Plano de Notificação dos Casos de Aids

12 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). A África do Sul abandonou na terça-feira o plano de tornar a Aids uma doença de notificação compulsória. A mudança de política se deve ao receio de que as vítimas da doença possam tornar-se alvos de ataques.

O que se teme é que os pacientes com Aids e soropositivos sejam isolados se sua situação for conhecida nas comunidades em que a doença é acompanhada de profundo estigma social, já tendo provocado violência contra seus portadores.

"Devido ao clima de medo e preconceito, as pessoas podem sofrer abusos e ser seriamente isoladas. As pessoas hesitariam em submeter-se a exames de Aids se pensassem que seriam identificadas como vítimas da Aids", disse a porta-voz de Saúde Jo-Anne Collinge.

A ativista no combate à Aids Gugu Dlamini foi apedrejada até morrer no Dia Mundial de Combate à Aids de 1998, depois de declarar na televisão ser soropositiva.

Inúmeros soropositivos, especialmente mulheres e até mesmo crianças, já foram intimidados e, em alguns casos, expulsos de suas casas por vizinhos que temem ser contagiados.

A discriminação contra os doentes de Aids e soropositivos é ampla, apesar de anos de campanhas educativas visando a derrubar os mitos que cercam o vírus.

Também se decidiu que o governo vai incentivar a população a fazer exames voluntários de HIV e Aids, sem precisar temer a perda do anonimato.

O Departamento de Saúde tinha planejado originalmente ordenar a notificação dos casos de Aids para que pudesse ser montado um banco de dados sobre a difusão da doença, que já atinge mais de 4 milhões de sul-africanos.

Doenças como cólera, malária e antraz já são notificadas no país. As autoridades utilizam as informações para aumentar a compreensão dos padrões da doença e traçar planos para o caso de epidemias.

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