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04 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Quando crianças são submetidas a radioterapia para tumor cerebral, o tratamento geralmente danifica a produção do hormônio do crescimento e elas podem não atingir a altura normal. A reposição hormonal pode corrigir a deficiência, mas os médicos temiam que o produto pudesse aumentar o risco de uma recidiva. Os resultados de um estudo na Grã-Bretanha podem tranquilizar os especialistas.
A equipe do professor A. J. Swerdlow, do Instituto de Pesquisa do Câncer, em Surrey (Grã-Bretanha), avaliou 1.071 crianças submetidas a radioterapia para tumores cerebrais. Desse total, 180 tomaram hormônio do crescimento e 891 fizeram o tratamento.
Durante um período de quatro a cinco anos, houve reincidência de tumores em 469 crianças, informaram os autores. Destas recidivas, 35 por cento ocorreram em pacientes tratados com hormônio do crescimento.
No total, as crianças tratadas com o hormônio do crescimento tiveram um risco 30 por cento menor de recaída que as crianças que não usaram o medicamento. As crianças que foram tratadas com hormônio do crescimento foram 40 por cento menos propensas a morrer durante o período do estudo que as não tratadas com o hormônio.
Os resultados para recaída e taxas de morte foram semelhantes quando as crianças foram divididas conforme o tipo de tumor cerebral, idade em que desenvolveram a doença e quantidade de hormônio do crescimento recebida, informou a equipe na edição de dezembro do Journal of Clinical Endrocrinology and Metabolism.
O estudo contou com mais pacientes observados por um período de tempo maior que outros já realizados e parece indicar que "as taxas de recorrência de tumores cerebrais não aumentaram substancialmente depois da terapia de reposição com hormônio do crescimento".
Em editorial que acompanhou o artigo, Charles Sklar do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, concordou com a idéia de que a terapia com o hormônio do crescimento tem méritos.
"Em meu trabalho com um grande número de sobreviventes de câncer pediátrico, tenho visto que, para a maioria dos candidatos à terapia com hormônio do crescimento, os benefícios do tratamento são conhecidos e geralmente alcançáveis, enquanto os riscos de problemas sérios são provavelmente muito baixos e em grande parte teóricos", avaliou Sklar.
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