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01 de abril de 2025 (Bibliomed). Um estudo recente conduzido por cientistas do Weill Cornell Medicine revelou que picos de estrogênio no organismo feminino podem aumentar significativamente o consumo excessivo de álcool. Publicada na Nature Communications, a pesquisa mostra que o hormônio é capaz de estimular circuitos cerebrais ligados ao comportamento de "front-loading" – quando grandes quantidades de álcool são consumidas rapidamente, nos primeiros minutos após estar disponível.
Os pesquisadores usaram modelos de camundongos para monitorar o ciclo estral das fêmeas e os níveis de estrogênio em seu organismo. Eles observaram que, em momentos de alta concentração do hormônio, os animais ingeriam muito mais álcool em comparação aos períodos de baixa concentração. A equipe também identificou que esse comportamento estava ligado à atividade de uma área do cérebro chamada núcleo da estria terminal (BNST), que se torna mais ativa durante os picos de estrogênio.
O estudo trouxe ainda uma descoberta inesperada: o estrogênio age rapidamente ao se ligar a receptores na superfície das células cerebrais, modulando a comunicação entre neurônios de forma quase imediata – diferente de sua ação usual, que leva horas ao influenciar a expressão genética.
Essas descobertas podem abrir caminhos para tratamentos inovadores contra o alcoolismo. Um inibidor de estrogênio já aprovado pela FDA para tratar cânceres sensíveis ao hormônio pode ser combinado com medicamentos que modulam os efeitos do BNST, oferecendo uma abordagem específica para reduzir o consumo de álcool durante os picos hormonais.
Fonte: Nature Communications. DOI: 10.1038/s41467-024-54737-6.
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