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25 de setembro de 2024 (Bibliomed). Um estudo recente investigou a relação entre o uso de drogas psicodélicas e a presença de sintomas psicóticos ou maníacos em adolescentes. Realizado com 16.255 gêmeos adolescentes, o estudo revelou que o uso de psicodélicos está associado a menores taxas de sintomas psicóticos, mas pode estar relacionado a mais sintomas maníacos em indivíduos com maior vulnerabilidade genética à esquizofrenia ou ao transtorno bipolar I.
O estudo utilizou dados do Registro Sueco de Gêmeos e avaliou de forma transversal as associações entre o uso de psicodélicos e os sintomas psicóticos ou maníacos autodeclarados aos 15 anos de idade. Os participantes foram analisados em três idades: 15, 18 e 24 anos, e responderam perguntas sobre o uso de psicodélicos e outras drogas ao longo da vida.
Entre os 16.255 participantes, 8.889 eram do sexo feminino e 7.366 do sexo masculino. Destes, 541 relataram uso de psicodélicos, e quase todos (99%) também usaram outras substâncias, como cannabis, estimulantes, sedativos, opioides, inalantes ou aprimoradores de desempenho.
Os resultados mostraram que, ajustando para o uso específico de outras substâncias, o uso de psicodélicos foi associado a uma redução nos sintomas psicóticos em análises de regressão linear e de controle de co-gêmeos. Em relação aos sintomas maníacos, foram encontradas interações significativas entre o uso de psicodélicos e a vulnerabilidade genética à esquizofrenia e ao transtorno bipolar I.
Os resultados destacam a importância de mais pesquisas sobre o impacto dos psicodélicos na saúde mental dos adolescentes, especialmente considerando fatores genéticos. Embora os resultados da pesquisa sugiram que o uso de psicodélicos possa estar associado a menores taxas de sintomas psicóticos entre adolescentes, a associação com sintomas maníacos parece estar relacionada à vulnerabilidade genética. Esses achados devem ser considerados com cautela devido às limitações do estudo.
Fonte: JAMA Psychiatry. DOI: 10.1001/jamapsychiatry.2024.0047.
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