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Tentativas de suicídio por overdose entre crianças aumentaram durante a pandemia

06 de novembro de 2023 (Bibliomed). O número de crianças que tentaram suicídio usando medicamentos de venda livre ou de fácil acesso aumentou acentuadamente, mostra um estudo da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores revisaram dados sobre tentativas de suicídio relatadas ao National Poison Data System em 2021. As tentativas suspeitas de suicídio por envenenamento em jovens de 10 a 19 anos que foram relatadas a centros de intoxicação aumentaram 30% em 2021.

Entre os menores dessa faixa etária, de 10 a 12 anos, as tentativas de suicídio aumentaram 73% em relação a 2019. Nos jovens de 13 a 15 anos, a taxa de tentativas suspeitas de suicídio por envenenamento aumentou 48,8%.

Os pesquisadores também observaram um aumento nas tentativas de suicídio por meninas - até 36,8% entre 2019 e 2021 entre jovens de 10 a 19 anos. Ao todo, as meninas representaram 81,2% das tentativas suspeitas de suicídio nessa faixa etária, contra 77% em 2019. As ligações gerais para os centros antivenenos do país caíram 3,1% de 2019 a 2021.

As crianças costumavam usar os analgésicos comuns paracetamol e ibuprofeno em suas tentativas de suicídio. Os antidepressivos sertralina e fluoxetina e o anti-histamínico de venda livre difenidramina também foram usados com frequência.

Segundo os pesquisadores, essas descobertas sugerem que a saúde mental de crianças e adolescentes ainda pode ser afetada pela pandemia, levantando preocupações sobre as consequências a longo prazo, especialmente considerando que tentativas anteriores de suicídio foram consideradas o preditor mais forte de morte subsequente por suicídio.

Os autores recomendaram uma abordagem abrangente para a prevenção do suicídio por meio de parcerias entre famílias, professores, profissionais de saúde mental e líderes de saúde pública, e sugeriram considerar medidas de segurança, que incluem iniciativas de educação pública sobre o armazenamento seguro de medicamentos de venda livre.

Fonte: Morbidity and Mortality Weekly Report. DOI: 10.15585/mmwr.mm7216a3.