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Obsessão por jogos na internet pode ser uma doença

08 de agosto de 2022 (Bibliomed). Os jogos via internet já fazem parte da rotina dos jovens, e muitos fazem disso uma profissão. Contudo, a prevalência de transtorno de jogos na Internet entre adolescentes e adultos jovens é de quase 10%. Atualmente, não há estudos definitivos mostrando terapias farmacológicas ou cognitivo-comportamentais eficazes para tal transtorno.

Tanto a Associação Psiquiátrica Americana quanto a Organização Mundial da Saúde reconhecem que os indivíduos com transtorno de jogos na internet apresentam comprometimento significativo, perda do autocontrole e desregulação emocional.

Indivíduos com transtorno de jogos na Internet têm receptores D2 de dopamina diminuídos no corpo estriado, que medeiam a recompensa de dopamina. Além disso, aqueles que são jogadores frequentes tender a ser impulsivos, a terem controle cognitivo prejudicado e função prejudicada do córtex pré-frontal. A doença, segundo especialistas, é progressiva, começando como diversão, passando para a fase de perda de controle e chegando até a obsessão.

Um estudo, publicado no Journal of Psychiatric Research, levantou na literatura médica 155 estudos envolvendo adolescentes e adultos jovens com transtorno de jogos na internet a fim de determinar a prevalência global e os supostos fatores de risco. Ao todo, os estudos envolviam 407.620 pacientes, e a prevalência global do transtorno foi de 8,8% entre os adolescentes e 10,4% entre os adultos jovens.

Foram identificados os seguintes fatores de risco: estresse; tempo de jogo longo; disfunção familiar; baixo desempenho acadêmico; intimidar e ser intimidado; problemas interpessoais; hiperatividade e desatenção; ansiedade; depressão; sofrimento emocional; e baixa autoestima.

Para os autores, estes resultados confirmam a prevalência e possíveis fatores de risco para o transtorno de jogos na internet neste público, e é importante identificar e compreender as ameaças do transtorno para encontrar estratégias de intervenção neste público.

Fonte: Journal of Psychiatric Research. DOI: 10.1016/j.jpsychires.2022.06.049.