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A maioria dos casos assintomáticos de coronavírus permanece assim

23 de junho de 2020 (Bibliomed). As informações sobre a história natural da infecção assintomática com coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) permanecem escassas. Muito tem sido discutido sobre os perigos de transmissão apresentados por pessoas infectadas pelo novo coronavírus, mas que não apresentam sintomas.

O surto da doença de coronavírus 2019 (COVID-19) no navio Diamond Princess levou 712 pessoas a serem infectadas com SARS-CoV-2 entre os 3711 passageiros e tripulantes, e 410 (58%) dessas pessoas infectadas eram assintomáticas no momento de seu teste. Muitos desses portadores "assintomáticos" estariam simplesmente em um estágio de infecção que mais tarde passaria para a COVID-19 sintomático? Não, sugere um pequeno e novo estudo sobre passageiros e tripulantes de navios de cruzeiro.

A situação dos passageiros a bordo do Diamond Princess chamou a atenção do mundo em fevereiro, quando o coronavírus se espalhou pelo navio enquanto ele estava atracado no Japão.

Pesquisadores japoneses foram capazes de acompanhar os resultados de 96 passageiros e tripulantes infectados com coronavírus a bordo do navio de cruzeiro Diamond Princess. Neste grupo, a maioria das pessoas infectadas assintomáticas permaneceu assintomática durante o curso de sua infecção, segundo pesquisadores da Fujita Health University no Japão, no número de 12 de junho do New England Journal of Medicine.

Como relatado no estudo, 96 passageiros que apresentaram resultado positivo para infecção por coronavírus, mas não apresentaram sintomas, além de 32 de seus companheiros de cabine que tiveram resultado negativo, foram transferidos para observação e isolamento para um hospital japonês.

Entre os 96 passageiros que inicialmente apresentaram resultado positivo para coronavírus, mas não apresentaram sintomas, apenas 11 (cerca de 11%) apresentaram sintomas no decorrer do período da infecção, informou a equipe de pesquisadores. Isso significava que esses 11 pacientes "tinham sido pré-sintomáticos, e não assintomáticos" para o COVID-19.

Isso é significativo, devido à controvérsia que surgiu recentemente desta semana, quando a Organização Mundial da Saúde retirou uma declaração de um de seus funcionários de que a transmissão assintomática do coronavírus "parecia ser rara".

A OMS rapidamente se afastou dessa declaração, dizendo que simplesmente não há dados suficientes para saber neste momento como se comportam os portadores assintomáticos infecciosos.

Fonte: New England Journal of Medicine. June 12, 2020.