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Hospitais de Sydney Estocam Órgãos sem Autorização

Por Michael Perry

SYDNEY (Reuters) - A prática de hospitais em Sydney de guardar tecido ou órgãos de pessoas mortas para fazer pesquisa sem o consentimento de familiares provocou uma investigação do governo.

O governo estadual de Nova Gales do Sul (NSW) informou ter encontrado evidências de que hospitais e universidades podem estar coletando partes de corpos e tecidos humanos sem permissão há décadas.

"Não é certo quanto do tecido humano retido pode ser identificado", disse o ministro da Saúde de NSW, Craig Knowles, informando que é quase certo que a prática ocorre em toda Austrália.

Knowles disse ao Parlamento, na terça-feira, que um inquérito preliminar nos hospitais de Sydney foi realizado no começo deste ano, depois das notícias sobre a estocagem de corações de mais de 11 mil crianças que morreram vítimas de doenças cardíacas nos hospitais na Inglaterra.

As investigações preliminares verificaram que dois hospitais de Sydney guardaram tecido humano sem a permissão dos familiares.

"Hospitais australianos e as universidades têm muitas amostras de órgãos e outros tecidos humanos. Agora, parece evidente que alguns podem ter sido coletados ou, no mínimo retirados, de pessoas mortas sem o conhecimento dos familiares", disse Knowles.

"Tenho certeza que a maioria das pessoas, especialmente os pais, compartilharia meu aborrecimento com a idéia de que partes do corpo de seus entes queridos tenham sido removidos e guardados sem seu total conhecimento e consentimento formal", disse Knolews.

O ministro informou que iniciou uma auditoria sobre tecidos humanos estocados em todos os hospitais e universidades de NSW e escreveu para todos os ministros de saúde australianos -- nacional, estaduais e territoriais -- pedindo que investiguem a prática.

Para o ministro, tecido humano e órgãos são essenciais para pesquisas médicas e científicas e, embora a prática de estocagem sem consentimento não seja ilegal, existe um aspecto fundamental de respeito pelos mortos e suas famílias.

O ministro disse ser favorável à existência de um formulário para autorização, similar ao da Inglaterra, em que a pessoa que autoriza o exame do corpo (sem fim de investigação criminal) também especifica o destino dos órgãos, tecidos e partes do corpo e se concorda que sejam guardadas para pesquisas.

Sinopse preparada por Reuters Health

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