Artigos de saúde
© Equipe Editorial Bibliomed
Neste Artigo:
- Raio Ultravioleta
- Câncer de pele
- Legislação
- Parecer da
Sociedade Brasileira de Dermatologia
- Dicas
- Vale a Pena?
O bronzeamento é uma reação de defesa do organismo contra a agressão provocada pela radiação. Não há nada de saudável nisso. A grande maioria dos dermatologistas, que sempre recomendaram cautela na exposição aos raios solares, mostra-se preocupada também com as ações nocivas do raio ultravioleta A, emitidos em grande concentração durante o bronzeamento artificial.
Durante muito tempo, o raio ultravioleta B (UVB) foi considerado o único vilão nos banhos de sol. Responsável por queimaduras, vermelhidão e sensação de ardência na pele no dia seguinte, a radiação UVB é, também, cancerígena. Essa constatação impulsionou e serviu de argumento para os empresários do bronzeamento artificial. A maioria das máquinas prometia segurança aos clientes, por oferecer um banho intenso de radiação ultravioleta A (UVA).
No entanto, pesquisas científicas mais recentes, identificaram que os raios UVA, em altas doses, também podem desencadear tumores, além de ter o poder de acelerar o envelhecimento da pele. Nas câmaras de bronzeamento, a concentração dos raios UVA, que têm maior poder de penetração na pele, é duas a três vezes maior que na luz solar.
Os dados da campanha do "Câncer da Pele", realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), mostraram uma porcentagem de 7,7% de tumores encontrados em 24.436 pessoas examinadas. Estima-se que mais de 40 mil novos casos da doença apareçam anualmente no País. O problema é que a doença se alimenta de dois hábitos do brasileiro: abusar do sol e associar o "bronzeado perfeito" a valores como beleza e sensualidade.
Os sinais na pele começam geralmente pelo aparecimento de manchas castanhas, sobretudo em áreas mais expostas, como face e braços, que se tornam ásperas e sensíveis. Aos poucos, aparecem outras, brancas. Os passos seguintes são rugas, verrugas que sangram, alterações em pintas, pequenas feridas que nunca cicatrizam e manchas pretas geralmente na planta dos pés.
Quase sempre, os cânceres surgem a partir da meia idade, mas foram desencadeados pelos abusos do sol até os 20 anos. Pessoas de pele clara e que nunca adquirem bronzeado são as mais vulneráveis. O diagnóstico precoce é a chave para se evitar as complicações do câncer de pele, como deformidades e até a morte. Quase 90% dos casos são tumores localizados e curáveis.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) não recomenda o bronzeamento artificial, com finalidade estética, devido aos riscos de envelhecimento da pele, e de desenvolvimento de câncer de pele, causado pelos raios emitidos nas câmaras. Em 2002, a SBD, em associação com a ANVISA, publicaram regras que definem o funcionamento das clínicas de bronzeamento artificial. Essas clínicas devem apresentar à ANVISA, os termos de ciência e avaliação médica dos pacientes, o cadastro dos clientes atendidos (incluindo datas, duração e intervalos das sessões de cada um) e os registros de eventos adversos ocorridos nas sessões.
O cliente é obrigado a assinar termo de consentimento para se submeter ao método. Mesmo assim, passa antes por uma avaliação médica. Pessoas com antecedentes familiares ou pessoais de câncer de pele; história de queimadura solar e/ou éfelides (sardas) em face e ombros; pintas melanocíticas múltiplas; pele clara com incapacidade de bronzear; doenças auto-imunes; gravidez ou que usam medicamentos fotossensibilizantes, são orientadas a não utilizar o método.
A resolução proíbe o emprego da técnica em indivíduos com idade inferior a 16 anos e aqueles com idade entre 16 e 18 anos, só podem ser submetidos ao método, com autorização por escrito do responsável.
Parecer da Sociedade Brasileira de Dermatologia
O bronzeamento artificial atua como "exposição solar concentrada", constituindo enorme agressão cutânea e não deve, de modo algum, ser recomendado com finalidade estética ou preventiva de queimaduras antes da exposição solar.
Os estudos têm demonstrado a participação das radiações UVA e UVB, no desencadeamento de reações inflamatórias na pele, que podem ser agudas e crônicas. Esses efeitos, a longo prazo, estão relacionados principalmente aos processos de envelhecimento cutâneo (elastose solar, rugas e espessamento da pele), às doenças desencadeadas ou agravadas pelo sol (melanoses e queratoses solares, fotossensibilidade, lupus, entre outras) e aos cânceres de pele (principalmente os carcinomas denominados basocelular, espinocelular e os melanomas).
É incontestável que a luz solar é imprescindível para a vida. É germicida e participa da síntese de vitamina D. Entretanto, vem tornando consenso que o bronzeamento não é saudável, seja ele adquirido na praia, no campo ou nas câmaras de bronzeamento.
As camas de bronzeamento artificial têm uma estrutura de acrílico transparente, por onde passam as luzes vindas de uma série de lâmpadas. Normalmente são classificadas de alta, mista e de baixa pressão, com lâmpadas especiais que geram 98% de luz ultravioleta A e 2% de ultravioleta B.
Já está comprovado que os raios ultravioletas A naturais ou não, também têm potencial carcinogênico, ou seja, podem provocar câncer de pele. Até algum tempo atrás vários profissionais consideravam que esses raios eram seguros. Os efeitos nocivos dos raios ultravioletas A e B (UVA e UVB) não são visíveis imediatamente, porém, os danos da irradiação são cumulativos e podem dar os primeiros sinais somente após 10 anos ou mais. Por outro lado, não se deve esquecer do lado bom do ultravioleta que é importante na formação da vitamina D - responsável pela fixação de cálcio nos ossos.
Copyright © 2010 Bibliomed, Inc. 22 de julho de 2010
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