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Distúrbio do Pânico

É um problema psicológico comum, ocorrendo em 2% das pessoas, sendo mais comum nas mulheres jovens (entre 20 e 40 anos) . É raro entre crianças e após os 45 anos. Sua característica é a presença de ataques de pânico que surgem de repente e se repetem, seguidos pelo menos de um mês de persistente preocupação em ter um outro ataque de pânico.

O pânico caracteriza-se por medo intenso ou sensação de desconforto, acompanhado de palpitações, suor frio, tremores e falta de ar. Pode também ocorrer tonturas, desmaio, náuseas e dores abdominais. Há sensação de morte ou de perda de controle da situação. Tem início súbito e atinge seu máximo em poucos minutos. A pessoa tem sensação de perigo iminente e o desejo incontrolável de fugir.

Não se conhece a causa da síndrome do pânico. Acredita-se que seja devido a disfunções bioquímicas onde provavelmente exista um componente genético.

A manifestação da doença em geral ocorre sem qualquer estímulo, podendo surgir em pessoas predispostas e sob ação de estímulos externos, como a noite, determinados locais (fechados ou abertos), no ônibus, metrô ou elevador.

As crises podem ser freqüentes e fracas ou raras e muito intensas, variando muito de pessoa para pessoa.

O pânico deve ser sempre bem distinto de outras manifestações psicológicas como fobias e ansiedade, intoxicações (por cafeína e outros estimulantes) e também da retirada abrupta de medicação tranqüilizante (sedativos, hipnóticos). Pode ser confundido com manifestações orgânicas como no hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, feocromocitoma, doenças do labirinto e cardiopatias.

A doença produz com freqüência problemas nas relações interpessoais, com prejuízo inclusive das atividades profissionais.

O tratamento envolve suporte e educação, o que se consegue através da psicoterapia . Deve-se ajudar o paciente a lidar com os efeitos da doença. O paciente deve passar suas experiências ao terapeuta que por sua vez deverá demonstrar a sua compreensão.

A administração das crises pode ser feita com a utilização de um diário em que são anotados o número e as manifestações ocorridas.

O tratamento deve incluir esforço substancial em aliviar ou minimizar as fobias ou medos e isto envolve confrontos com coisas que o paciente teme. Além disso, é de máxima importância a colaboração dos familiares na fase de tal tratamento.

A psicoterapia mais apropriada deve ser a denominada comportamental cognitiva (de conhecimento). A psicoterapia psicodinâmica também pode ser empregada e se baseia no conceito em que os sintomas resultam de processos mentais inconscientes e que a sua elucidação pode levar ao desaparecimento dos sintomas.

Há inúmeros tratamentos medicamentosos conhecidos há mais de 30 anos e podem ser classificados em vários tipos de antidepressivos: inibidores da recaptação da serotonina (fluxetina, sertralina, paroxetina, etc.); tricíclicos (imipramina, clomipramina); inibidores da monoamina oxidase (tractilcipomocin); Benzodiazepínicos (alprazolon, diazepan, lorazepan, por exemplo) e anticonvulsivantes ( carbamazepina e valproato).

Outros medicamentos que podem ser úteis no tratamento são as substâncias antipsicóticas, betabloqueadores e bloqueadores de cálcio.

As respostas terapêuticas são efetivas em algumas semanas e as dosagens devem ser ajustadas pelo psiquiatra.

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