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Depressão Ligada aos Derrames Silenciosos

Os sinais de depressão observados em pessoas de meia-idade e pessoas idosas podem corresponder a mais do que uma simples perda de interesse pela vida - a depressão nestas pessoas pode ser um indicativo de que elas tiveram um derrame cerebral (acidente vascular cerebral).

De acordo com um novo estudo, publicado na revista Stroke: Journal of the American Heart Association, de outubro de 1999, um grupo de pesquisadores da Duke University Medical Center em Durham, Carolina do Norte, Estados Unidos, uma alteração do cérebro denominada "derrame silencioso" foi associada à depressão observada em pessoas à partir dos 50 anos de idade.

Um "derrame silencioso" ocorre quando pequenos vasos cerebrais se rompem ou são ocluídos por coágulos; tem o nome de "silencioso" porque não se acompanham pelos sinais clássicos de um derrame, tais como cefaléia (dores de cabeça) tonteiras, ou perda de movimentos.

Na realidade, as pessoas não se dão conta de que tiveram um derrame. Com o passar do tempo, as células do cérebro irrigadas pelo vaso comprometido acabam por morrer - podem então surgir problemas de memória, da concentração, e da marcha.

A ocorrência de depressão pode indicar que um derrame tenha ocorrido nestes pacientes.

Para chegar a esta conlusão, os autores, liderados pelo Dr. David C. Steffens, avaliaram 3.660 pessoas de ambos o sexos, e que foram submetidas a uma entrevista padronizada, a exame clínico, e a um estudo de ressonância magnética cerebral. Examinou-se a associação entre o número de lesões encontradas nas substâncias branca e cinzenta do cérebro e os sintomas de depressão observados nestas pessoas.

Verificou-se que havia uma relação direta entre o número de lesões dos gânglios basais e a ocorrência de depressão - estas lesões foram aparentemente causadas por pequenos derrames cerebrais.

Diferentemente de quando ocorre nas pessoas mais jovens, a depressão no idoso pode ser caracteristicamente marcada pela apatia e por uma perda de interesse nas atividades habituais, ao invés de um quadro de tristeza como nos jovens.

Assim, nem os pacientes, ou os familiares, ou mesmo os médicos, encontra nestas características sinais de depressão clínica - os autores recomendam, assim, que as pessoas com risco de desenvolverem quadros de acidente vascular cerebral sejam cuidadosamente observadas quanto a estes sintomas.

Fonte: Stroke 1999 30: 2159-2166.

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