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Gostaria de Saber Mais Sobre Endometriose

Endometriose é o termo que define a presença de tecido endometrial funcionante (glândulas e estroma) em localizações fora da cavidade uterina.

A acurácia na prevalência da endometriose é prejudicada pelo fato de não existir nenhum marcador clínico confiável para esta patologia e, conseqüentemente, um procedimento cirúrgico é sempre necessário para seu diagnóstico.

Assume-se que a endometriose está presente em pelo menos 1% das mulheres em idade reprodutiva, é o principal fator causador de infertilidade em 15% das mulheres e pode ser encontrada em até 20% das pacientes operadas por dor pélvica. Incidências de até 50% em pacientes inférteis têm sido citadas por alguns autores.

Desde que a endometriose foi primeiramente descrita, nos anos de 1800, várias teorias têm sido propostas para explicar sua fisiopatologia.

Essas teorias podem ser divididas em dois grupos principais: aquelas que defendem o transporte e a implantação de células endometriais e aquelas que defendem o desenvolvimento de tecido endometrial ectópico a partir de qualquer outro tecido, por metaplasia.

As teorias que defendem o transporte/implantação permanecem como as mais populares e ainda são as mais amplamente aceitas.

A endometriose deve ser considerada em pacientes com dor pélvica e infertilidade, principalmente na presença de uma história familiar positiva. Não há uma correlação clínica entre a sintomatologia e o grau das lesões. Os sintomas mais comuns de endometriose são a dor pélvica pré-menstrual e a dismenorréia.

A dor geralmente é lateral e profunda, podendo ser difusa ou localizada, e freqüentemente é referida na região retal.

Apesar de o diagnóstico de endometriose ser sugerido pelo quadro de dismenorréia progressiva, dispareunia e infertilidade, a intervenção cirúrgica com biópsia é o único método que irá confirmar com acurácia este diagnóstico, pela visualização das lesões no peroperatório e/ou pelas características histológicas no material biopsiado.

A videolaparoscopia com biópsia tem sido o método utilizado na confirmação diagnóstica da endometriose. A laparotomia tem suas indicações na presença de uma massa anexial muito grande, obstrução intestinal ou aderências extensas, o que tornaria a videolaparoscopia pouco segura.

A realização do procedimento na fase folicular precoce diminui a possibilidade de se confundir um endometrioma com um corpo lúteo hemorrágico ou a realização de uma cirurgia na presença de uma gravidez inicial.

Considerando-se que o diagnóstico definitivo da endometriose é feito por videolaparoscopia ou laparotomia com biópsia, aconselha-se que a terapêutica inicial seja cirúrgica.

Entretanto, algumas pacientes irão beneficiar-se do tratamento medicamentoso em algumas situações:

• Para suprimir uma doença ativa sintomática, em endometriose severa recorrente.

• Como terapêutica pós-operatória, quando a exérese não foi completa ou no caso de doença severa recorrente.

• Como prevenção da recorrência da doença quando a gravidez é postergada.

Fonte: Ginecologia e Obstetrícia - Manual Para o TEGO - 1ª. Ed. - 1997.

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